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Notícias Gerais RTP - Página 16 Empty Re: Notícias Gerais RTP

Mensagem por Jnpc Dom 28 Jul 2013 - 16:14

Zapping escreveu:RTP vai revolucionar todo o ‘daytime’ em setembro

A administração da RTP na pessoa de Alberto da Ponte traçou como um dos objetivos principais colocar RTP1 e RTP2, somadas, nos 22%. Hugo Andrade, diretor de programas das antenas daestação pública admite agora que essa meta é irrealista e difícil de alcançar.

Ao Correio da Manhã o responsável pelas grelhas de vários canais da RTP, como RTP1 e RTP2 confessou ser «muito difícil» atingir a meta, fixada pela própria administração da empresa. «Não é impossível, mas é altamente ambicioso», acrescentou.

Para Hugo Andrade, para RTP1 e RTP2 obterem 22% «as variáveis do mercado têm de se alterar». Depois de afirmar que queria a RTP1, a curto prazo, com médias de 30% ao dia, o diretor baixou a fasquia e admite que «isto não se faz em meses, mas em vários anos».

A receita para fazer subir as audiências parece já estar encontrada. Popularizar a grelha é o caminho: «Vamos dar o segundo passo na reestruturação da grelha, que voltará a ter uma perspetiva mais popular, de televisão de grandes públicos», referiu ainda ao CM.

Para terminar, Hugo Andrade revela que vai mexer e alterar grande parte do daytime. “Os Nossos dias”, novela que estreia em setembro às 14H é só uma das mudanças: «A programação diurna precisa de ser renovada, as televisões estão muito iguais nesse período», garantiu.

Com a estreia de “Os Nossos dias”, “Portugal no Coração”, “Praça da Alegria” e “Portugal em Direto” devem passar por mexidas e renovações de conteúdos.

CM escreveu:RTP gasta em estudos 40 mil €

Canal reconhece falhanço da grelha e quer aproximar-se da SIC e da TVI

A RTP assinou, em maio, um contrato com a Amint Portugal, empresa de estudos de mercado, no valor de 32 400 euros, a que acresce a taxa de IVA em vigor (totalizando quase 40 mil euros), para saber que conteúdos informativos e de entretenimento colocar no horário nobre da RTP 1, sabe o CM.

Na proposta para a realização de estudos, é reconhecida a "perda significativa de audiências" a que a alteração de grelha no princípio do ano não conseguiu dar resposta. O objetivo é, agora, "diminuir a décalage [diferença] face aos principais concorrentes", nomeadamente SIC e TVI.

Hugo Andrade, diretor de programas, confirma: "Temos estado a fazer estudos de mercado e depois começaremos a definir a grelha estratégica e mais tarde escolhemos os projetos."

Apurou ainda o CM que a televisão pública receberá, na próxima semana, estes testes de mercado e irá depois definir que formatos encaixam nas conclusões apresentadas. Em setembro, tal como o CM já tinha noticiado, o primeiro canal da televisão pública deverá ter uma nova grelha de programação, com alterações também no horário diurno.

De lembrar que, de acordo com os objetivos fixados pela administração da empresa pública, liderada por Alberto da Ponte, RTP 1 e RTP 2 deverão somar 22% de share até ao final de 2014. Entre janeiro e junho, as duas estações somaram 14,6% de share. No horário nobre, a RTP 1 regista 9,5%.

Contactada, a RTP não faz, para já, mais comentários.

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Mensagem por Love Dom 28 Jul 2013 - 17:19

Relativamente à primeira notícia podem retirar aqueles informativos pos-Telejornal que não fazem falta nenhuma.
O único que se pode manter é o Sexta às Nove.

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Mensagem por Jnpc Sáb 17 Ago 2013 - 19:06

NTV escreveu:Hugo Andrade: "Queremos dar um cunho mais divertido à grelha"

Sem fazer grandes mexidas na "rentrée", para não assustar o auditório, o diretor de programas Hugo Andrade vai apostar em séries, no humor, aumentar os "talk shows" e recusa a televisão de "lantejoulas". Diz que a RTP está a subir e confia na tendência.


Sabe ou Não Sabe estende-se por quatro meses. Quer dizer que não vai existir uma posterior aposta para a rentrée?

Este concurso já faz parte da grelha de outubro. Vai fazer a transição. Gosto imenso deste projeto desde que o identifiquei, em Cannes. Descobri-o quando iniciámos o processo para procurar os projetos que fossem bons e que tivessem custos de produção mais razoáveis. Este foi o primeiro projeto a ser identificado. Queremos dar um cunho mais divertido à nossa grelha e o Vasco tem essa capacidade.

Porque aposta em Vasco Palmeirim quando a RTP tem gente na rádio?

Estávamos a precisar de um apresentador com as características do Vasco. Olhamos sempre para dentro a ver se temos soluções, até quando precisamos de um carro de exteriores. O Vasco tem perfil para Feitos ao Bife e para este projeto. Mas também fiz o Optimus Alive e fui buscar apresentadores à Antena 3, estamos a preparar um conjunto de projetos com a rádio para iniciar gravações para setembro. Eu e o Rui Pêgo [diretor de Programas da Antena 1, 2 e 3] trabalhamos de uma forma alinhada.

O novo concurso vai ser capaz de bater a herança de Feitos ao Bife [380 mil pessoas]?

Acho que vai ultrapassar essa herança. Sabe ou Não Sabe é muito descontraído. Embora hoje em dia seja difícil fazer grandes cálculos. Nas coisas que lancei, umas acertei, outras não, mas o concurso tem potencial de crescimento.

Em que é que acertou e em que é que errou?

Acertei em Bem-Vindos a Beirais, mas não estava à espera. Onde estamos a acertar é na ficção no prime time. Achei que até à quarta série conseguiríamos encontrar um modelo que fosse diferente de outros operadores, felizmente estamos no segundo projeto e já estamos a subir. A série triplicou o resultado desde o início. Não estamos ainda a falar de um número significativo, mas há dias em que já temos 700 mil espectadores.

700? Menos, falamos de menos de meio milhão, em média.

Há dias em que fazemos sete pontos de audiência média e isso são 700 mil pessoas.

Mas agora que prolonga a série, ela passa a ser uma novela?

Não. Não tem mesmo nada que ver. Se tivéssemos uma novela naquele horário nunca iríamos subir, ficaríamos sempre num patamar inferior ao que temos e queremos fazer e tínhamos os outros dois operadores a fazer novela. Aqui havia o desafio criativo de como se faz uma novela diária, sem parecer e sem ser uma novela. Em lado nenhum uma história começa e termina no mesmo dia, tivemos de encontrar um modelo.

O modelo será este a partir de agora?

Encontrámos o perfil da nossa ficção e, depois do tema do regresso ao campo, virá outro tema qualquer. A primeira série, Sinais de Vida, não conseguiu dar esse passo, não se distinguia de uma novela, os episódios não fechavam.

Mas o Hugo dizia que não era uma novela. Portanto, recua.

A minha perceção foi que Sinais de Vida era mais diferente do que o que na realidade foi. Partimos para a segunda série depois de termos percebido onde tínhamos errado. Acertámos alguns e ainda vamos ter de acertar no futuro, mas temos um modelo de ficção.

Depois do regresso ao campo, que tipo de histórias estão a ser apreciadas?

Para já, vamos continuar com mais cerca de cem episódios para Beirais, mas com parte do elenco renovado. Ter ficção no prime time é uma aposta estratégica que a RTP não tinha há anos. O serviço público tem de ter ficção e o facto de não ter é um equívoco que tínhamos há muito tempo.

A RTP está a entrar num lugar que está preenchido pelos privados.

Estava ocupado, mas não podemos deixar de ter. Temos é de ter uma ficção diferente da dos outros.

Então, Beirais arrisca-se neste momento a ser a ficção de continuidade da RTP?

Arrisca-se. Temos casos de séries no mundo a ter 600, 400 capítulos.

Está a pensar ter esses capítulos?

Não estou a pensar fazer 400 capítulos, mas a verdade é que isso já aconteceu no passado e em países muito mais competitivos do que o nosso. Em Portugal, o produto mais visto é ficção, não podemos não a ter. Foi uma das primeiras coisas em que pensei quando cheguei à direção de Programas.

Aprovou concursos como diretor.

Sim, mas acho que a ficção tem de ser estrutural na nossa programação. E temos de ter mais tipos de ficção.

Quais?

Ficção histórica, como por exemplo a série Os Filhos do Rock.

E a novela de continuidade para as tardes da RTP, Os Nossos Dias, em que fase está?

Já está e começa na rentrée.

Em que data?

Estamos a fechar. Não vamos ter, como não tivemos, um setembro de novidades.

Porquê?

Porque a grelha está estável e quando assim é não vale a pena mexer muito.

Estável, mas com resultados baixos...

Em subida [risos].

Mas com o futebol que a RTP tem exibido.

Não tem tanto assim.

A RTP tem transmitido inúmeras provas.

Também tem que ver com futebol, mas não tanto assim. Não gosto de grandes subidas nem de grandes descidas. Gosto de subidas consolidadas e há sinais de que estamos a iniciar esse processo. Tem havido futebol todos os anos e no verão descíamos sempre. Este ano não descemos. Não estamos perante nada de excecional, mas estamos perante pequenas vitórias, que são para ir consolidando.

Não está arrependido de ter trazido a Praça da Alegria para Lisboa?

Foi uma boa decisão e voltaria a tomá-la.

Com os protestos e confrontadas as medições, a Praça em Lisboa está a perder cinco mil pessoas de média face à Praça no Porto.

A questão não está só nos resultados. Tínhamos de aumentar a capacidade de produção porque tínhamos estúdios bloqueados com um único programa e não era possível. Termos o Portugal no Coração e a Praça da Alegria num estúdio e com uma equipa representa uma poupança muito grande. Agora o que temos no Porto é um programa muito melhor ao sábado [Aqui Portugal] do que o que tínhamos e a diferença da Praça não é significativa. Em termos de organização de trabalho, foi uma boa medida. Há muitos programas a serem feitos no Porto. Podem não ser tão estimulantes ou tão engraçados e há muito programa em pré-produção.

Quais? Os trabalhadores queixam-se de quebra de horas de produção.

Falatório e muitas outras coisas que estão a ser preparadas. Precisávamos de ter uma rendibilidade diferente no Porto e em Lisboa e esta medida mexia com os dois centros de produção. Mas a verdade é que trabalhamos muito com o Centro de Produção do Norte: o Verão Total é feito por Lisboa às segundas, quartas e sextas e pelo Porto às terças, quintas e sábados.

Mas com produtores externos. Porquê?

Não são produtores externos. A RTP não tem equipas de conteúdos, tem equipas de produção. Sempre que precisamos de um guionista ou de duas pessoas com determinado perfil para pesquisa daquele programa, temos de os contratar. Fazemos isto com os programas todos.

Mas sabia-se que haveria um concurso interno para formar profissionais da RTP nessas áreas para contenção de custos...

E é o que estamos a fazer.

E em que fase está?

Na Praça da Alegria e no Portugal no Coração já estão. O Verão Total tinha, no passado, duas equipas de conteúdos e o formato não era muito coerente. Este ano, decidi com a direção de Produção que quero uma única equipa a pensar e depois distribuía para a equipa de Lisboa e Porto. As características das equipas do Porto são executivas e não criativas.

Mas eram equipas criativas também.

Eles [no Porto] acham que sim. O tipo de criativos que procuro é diferente.

A contratação externa vai manter-se, mesmo depois do concurso terminado?

Depende dos projetos. Há uma grande diferença entre o alinhamento de um programa e o pensar de um programa. Ter pessoas a pensar projetos é precisamente para que eles se distingam, mas estamos preocupados com a rentabilização. Por exemplo, a Gala dos Pequenos Cantores é feita pelo Porto.

As contratações fora não são só com equipas de produção. Porque é que o programa da Volta a Portugal é feito por uma empresa externa? A RTP não tem meios?

Tem que ver com recursos técnicos e nós não temos. Não sei quantos carros de exteriores temos, mas não temos assim tantos. Num mesmo dia temos o Verão Total num local e o programa Há Volta noutro. Fisicamente não era possível.

Que RTP quer?

As nossas linhas são muito claras. O que dissemos em janeiro foi informação, ficção diferente da dos outros canais, ficção histórica, aposta no humor e no entretenimento, com concursos como Sabe ou Não Sabe e outros, que sempre tiveram um pouco o ADN da RTP.

É verdade que vem aí um novo formato de glamour para setembro?

Não. Os canais precisam de ter esses projetos glamorosos, mas se forem ver o meu histórico notam que não tenho apostado nesse tipo de programas. A Voz de Portugal foi uma herança, e bem, mas não tenho apostado nas lantejoulas. Temos de ser alternativos. Mas não deixo de pensar também que a RTP tem de ter outros projetos glamorosos. Para já não vai ter.

E formatos como Portugueses pelo Mundo?

Vão continuar. Os Portugueses pelo Mundo é um projeto de grelha que não para, estamos a produzir mais.

E Conta-me Histórias e Não Me Sai da Cabeça?

Esses não tanto, porque são caros. Vamos fazendo projetos desses, mas temos de avaliar porque a realidade agora é diferente da de janeiro, temos de ver o que é que faz mais sentido estar na RTP1 e 2. Não vamos deixar de produzir documentários. Essencialmente, o que queremos é ficção, humor e informação. Acho que o canal precisa mais de entretenimento, tinha demasiada informação e conhecimento na fase de janeiro e isso vai mudar.

Então, o que vai colocar de segunda a sexta-feira?

Vai voltar o 5 para a Meia-Noite, talvez em formato mais alargado, mas com os mesmos apresentadores. Queremos manter a transversalidade.

E os domingos?

Os domingos continuam a ser alternativos com humor e ficção histórica. A Catarina [Furtado] vai estar de volta à ficção [com Os Filhos do Rock], ela sempre manifestou interesse e é um trabalho que a vai ocupar bastante, mais do que ocupa outro tipo de projetos. Achamos que é uma ótima atriz. Como vamos fazer uma pausa no grande entretenimento, gostamos que ela faça outros projetos.

Continua à procura de futebol?

Essa área não passa tanto por mim, envolve mais a informação e a direção-geral. Gostava de ter futebol, mas não é qualquer um e não é por causa do resultado. Gosto de ter a seleção porque acho que o canal público tem de ter e tem. Mas a seleção são dois jogos de três em três meses e não tem impacto nenhum no resultado global do canal. Gostava de ter futebol, ele merece ser emitido em canal aberto e há muita gente que não tem dinheiro para a televisão por cabo. Esse era um bom serviço que prestávamos. Também gostava de ter futebol porque eu próprio, que não tenho Sport TV, também gostava de ver um jogo de vez em quando. E há muita gente na mesma situação que a minha e que tem direito.

Num plano completamente distinto e a nível pessoal, como reage às notícias de um novo relacionamento com Rita de la Rochezoire, repórter do Só Visto!?

Não reajo. Nunca falei, não falo, não falarei. A minha vida pessoal só a mim diz respeito.

Mas confirma?

Nem há confirmação nem desmentidos. Não faz sentido estar a falar dessas coisas.

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Mensagem por Jnpc Seg 2 Set 2013 - 14:39

DN escreveu:RTP assinou até agora 177 rescisões amigáveis

O presidente do Conselho de Administração da Rádio e Televisão de Portugal (RTP), Alberto da Ponte, revelou que a operadora pública negociou rescisões amigáveis com 177 trabalhadores do total de 240 candidatos à saída da empresa.

Num entrevista conjunta à Antena 1 e ao Diário Económico, hoje divulgada, Alberto da Ponte falou na situação da empresa que tem em curso um Plano de Desenvolvimento e Redimensionamento (PDM) aprovado pelo Governo.

Nesta matéria, e segundo os excertos da entrevista enviados pela RTP à agência Lusa, o responsável diz ainda que o processo de negociação ainda não terminou devido à indefinição financeira da empresa.

"Ainda estão a ser negociadas as outras", indicou, justificando que o prolongamento do processo está relacionado com "toda esta indefinição sobre o financiamento da empresa" para 2014.

Comentou que este ano não estão em causa os salários ou os subsídios dos trabalhadores, porque "a execução orçamental tem sido feita com extremo rigor".

"Nós estamos a poupar cinco ou seis milhões de euros", precisou, acrescentando que sobre o próximo ano ainda estão a ser procuradas soluções com o Governo, acreditando que até 20 de setembro serão encontradas.

Alberto da Ponte disse ter "todos os indícios para pensar que isso vai ser conseguido" no sentido de garantir o futuro do operador público de rádio e televisão.

Relativamente à contratação da apresentadora Manuela Moura Guedes para o concurso "Quem Quer Ser Milionário", Alberto da Ponte disse que, quando uma produtora sugeriu o nome à direção de programas, fez as mesmas perguntas que "foram feitas em relação a José Sócrates", ex-primeiro-ministro e atualmente comentador político naquele operador.

O presidente da RTP disse que, quando a proposta lhe foi apresentada, as perguntas que fez foram: "Vai contra a estratégia da RTP?", "Onera com custos proibitivos para a empresa?", "A pessoa tem algum passado criminal ou processo pendente?, e todas as respostas foram negativas.

Finalmente, houve uma pergunta que tinha a ver com as audiências, e as direções de programas e de conteúdos disseram estar convencidas de que haveria uma subida.

"Devo dizer que partilho da opinião deles, e portanto não me repudiou aceitar, naquilo que me cabia aceitar, o nome de Manuela Moura Guedes", comentou, sobre a nova contratação.

Manuela Moura Guedes começou por apresentar programas de entretenimento na RTP e depois passou para a direção de informação, que continuaria depois na TVI, de onde veio a despedir-se depois da administração lhe ter cancelado o espaço informativo devido ao seu estilo polémico.

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Mensagem por privado Ter 3 Set 2013 - 1:04

A Administração da Rádio e Televisão de Portugal apresentou uma proposta para incluir a RTP Informação e a RTP Memória na TDT junto da ERC.

Se as audiências e resultados financeiros da RTP Informação na TDT forem muito bons, é óbvio que a SIC e TVI também vão querer, se forem maus, se calhar não se vão dar à chatice de alienar os seus "amigos" operadores de cabo.

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Mensagem por Jnpc Ter 3 Set 2013 - 14:21

CM escreveu:Futuro da RTP decidido até 20 de setembro

Alberto da Ponte diz que a estação pública precisa de receitas na ordem dos 200 milhões de euros.

Alberto da Ponte diz que as decisões sobre o futuro da RTP têm de ser tomadas até 20 de setembro. Até essa data terão de ser encontradas “soluções que permitam apetrechar a RTP com o financiamento necessário ao redimensionamento” e “permitam executar com dignidade serviços tão importantes como o internacional”.

Em entrevista à Antena 1 e ao ‘Diário Económico’, o presidente do grupo público defende que “para viver, a RTP tem forçosamente de ter receitas na ordem dos 200 milhões de euros”, sendo que 180 milhões são receitas da taxa de audiovisual. Quanto à publicidade, Alberto da Ponte nega ter proposto um aumento dos minutos de publicidade na RTP – de 6 para 12 minutos – a curto prazo, mas considera que “essa possibilidade deveria estar comtemplada num contrato de concessão para vários anos” para que a RTP não seja “empurrada para ir buscar mais receitas aos cidadãos”.

Na mesma entrevista, o presidente da RTP anunciou ainda que “através do programa de saídas voluntárias, 177 colaboradores abandonaram” a empresa, sendo que há propostas “ainda a ser negociadas”, num total de 240 processos.

Alberto da Ponte revelou ainda que “gostaria de ter a RTP Informação em sinal aberto”, através da Televisão Digital Terrestre. “Faria todo o sentido e não nego, consultámos a ERC [Entidade Reguladora para a Comunicação Social] neste sentido e estamos ainda em conversações”, afirma.

Quanto à polémica em torno da medição de audiências da GfK, Alberto da Ponte revela que “lá para Outubro teremos os resultados da auditoria”, que “vai ser paga pela RTP e pela TVI”.

CM escreveu:Presidente da RTP quer 20 milhões

Presidente da empresa pública quer financiamento para serviço internacional e arquivo

Alberto da Ponte, presidente da RTP, afirma que faltam 20 milhões ao orçamento do grupo para 2014, valor que terá de ser encontrado "forçosamente" para financiar o "serviço internacional da RTP e também o arquivo". "Até 20 de setembro" o Governo terá de tomar decisões sobre o modelo de financiamento, disse, sublinhando que "para viver, a RTP tem forçosamente de ter receitas na ordem dos 200 milhões [neste momento estão assegurados 180 milhões da taxa de audiovisual e receitas comerciais]".

A RTP, como o CM publicou domingo, recebeu, em 2011, 150 milhões do Estado, como adiantamento para a compra do arquivo. Um negócio que deveria ser efetivado este ano. Contudo, a empresa está em conversações com a tutela para "analisar a forma de manter o arquivo na RTP".

À Antena 1 e ao ‘Diário Económico’, Alberto da Ponte revelou que 177 pessoas já chegaram a acordo para sair do grupo e 63 ainda negoceiam a saída. A RTP, sabe o CM, ofereceu as mesmas condições de 2011, onde cada rescisão custou, em média, 65 mil euros. Aplicando o mesmo valor, as indemnizações destes 177 trabalhadores deverão chegar aos 11,5 milhões de euros.

Alberto da Ponte afirmou ainda que "gostaria de ter a RTP Informação em sinal aberto", através da Televisão Digital Terrestre. "Faria todo o sentido e não nego, consultámos a ERC neste sentido e estamos ainda em conversações", afirma.


Última edição por Jnpc em Qui 23 Jan 2014 - 19:41, editado 1 vez(es)

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Mensagem por Eu João Qua 4 Set 2013 - 0:31

privado escreveu:A Administração da Rádio e Televisão de Portugal apresentou uma proposta para incluir a RTP Informação e a RTP Memória na TDT junto da ERC.

Se as audiências e resultados financeiros da RTP Informação na TDT forem muito bons, é óbvio que a SIC e TVI também vão querer, se forem maus, se calhar não se vão dar à chatice de alienar os seus "amigos" operadores de cabo.
A passagem de um canal temático no cabo para sinal aberto será sempre visto com bons olhos a qualquer canal privado. Alias, ambas as televisões já o quiseram aquando da chegada da TDT e dos concursos de canais...

Mais visibilidade iria claramente aumentar as receitas. Agora também tem os seus custos mais elevados. Aquilo que a RTP quer é tentar potenciar as receitas e manter os possíveis canais na TDT com baixos custos, enquanto canal público e de serviço público. Coisa que os privados não o conseguiriam.
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Mensagem por Jnpc Sex 13 Set 2013 - 22:33

Excelente entrevista!

NTV escreveu:Nuno Santos: "Não me peçam que tenha perdão pela indignidade e pela vilania"

[Tens de ter uma conta e sessão iniciada para poderes visualizar esta imagem]

Era a entrevista mais aguardada do ano. Afastado da televisão em novembro e despedido da RTP em março, Nuno Santos abre finalmente o livro. No mês em que regressa ao ativo e parte para África, o ex-diretor de Informação da televisão pública fala sobre o mais difícil processo da sua vida profissional, acusa Alberto da Ponte, Luís Marinho e Luís Castro, conta o que vai fazer na Multichoice e recorda como foi o "inferno" dos últimos meses.


Anunciou na semana passada que assinou contrato com a Multichoice, um grande grupo de comunicação africano. Sem trabalhar há nove meses, era uma inevitabilidade sair do país?

[pausa] É uma boa pergunta. Se olharmos para o mercado português, para a sua dimensão, para os lugares que eu já ocupei, para a distribuição que está feita, penso que quem tem capacidade de decisão terá pensado nos últimos meses "onde é que ele se encaixa?". E isso para mim, era só uma parte da questão: "Onde é que eu me encaixo?". Na verdade queria era trabalhar.

Não teve respostas para essa pergunta?

Eu não gostava nem queria mudar de vida. A minha profissão é jornalista. É isso que escrevo quando chego à receção de um hotel. Mas sempre fui mais do que um jornalista. Sempre tive uma visão global da minha atividade. E paguei esse preço, aliás. Portanto, não fechando a porta a fazer outras coisas, a minha prioridade sempre foi manter-me nesta atividade. É o que eu sei fazer, é o que sempre fiz.

A ideia de emigrar alguma vez tinha feito sentido na sua cabeça?

O conceito propriamente não, mas confesso que tinha alguma pena de não ter passado por uma experiência profissional lá fora. Provavelmente, daqui a uns anos, quando fizesse o balanço da minha vida, talvez lamentasse o facto de não ter trabalhado uma temporada fora de Portugal, não ter conhecido outras pessoas, de não ter de trabalhar em inglês todos os dias, etc.

A situação que estava a viver não era sustentável por muito mais tempo?

[pausa] Não, não era. Eu vivo do meu trabalho. É evidente que sei que, para aquilo que é a média da maior parte dos portugueses, vivo bem. É verdade. Mas a situação não era prolongável por muito mais tempo. Desde março que não recebia. E repito, vivo do meu trabalho.

Perdeu qualidade de vida nos últimos meses, fez concessões?

Fiz, com certeza que fiz, aliás, todos os portugueses fizeram, na maioria dos casos até bem mais radicais do que as minhas. Tenho de o reconhecer. Mas claro que fiz concessões. Até porque, mesmo na RTP, antes do despedimento, já ganhava bastante menos do que ganhava quando estive na SIC.

Ainda assim, muito mais do que a maioria dos portugueses...

Com certeza, não ignoro esse facto. E nunca me queixei. Aliás, para aquilo que era o meu trabalho, sentia-me justamente pago. Mas claro que fiz concessões. Se vivo do meu trabalho e, num determinado momento, deixo de trabalhar, bom... [pausa] tive de olhar para o que tinha de lado, tive de aceitar a disponibilidade de alguns dos meus amigos...

... em que é que isso se refletiu na sua vida prática, por exemplo?

[pausa] Sei lá, desde coisas que não têm qualquer importância, como ir jantar menos vezes fora, ou não ir. E, já para o fim, tive de fazer alguma ginástica para pagar algumas contas. Não tenho qualquer pudor em lhe responder a estas questões. Quer dizer, não ando para aí a falar disso, mas neste contexto, não tenho problemas em dizê-lo. Ou seja, podia aguentar mais um mês ou dois nesta situação, claro, mas ela não era sustentável por muito mais tempo.

Não procurou alternativas?

Procurei, procurei. E encontrei. Algumas, aliás, vou mantê-las, mesmo indo para fora: vou escrever em dois jornais, vou escrever um livro...

... um livro sobre o seu processo?

Não, não [sorriso].

... História?

Não, também não, apesar de ser uma das minhas paixões, como se sabe. Mas também não será ficção.

Não me diga que vai escrever um livro de receitas...

[gargalhada] Não, não me verão a escrever um livro de receitas. É verdade que nos últimos tempos desenvolvi um pouco as minhas práticas culinárias, mas não a tal ponto.


"NÃO PROCURO PRATELEIRAS DOURADAS"

Sabe-se que tem muitos amigos, muitos deles em cargos de direção e de gestão, gente que lhe elogia a competência, a dedicação, a versatilidade. Não é estranho que não tenha encontrado uma colocação em grupos como a Impresa, Prisa/Media Capital ou a PT? O telefone não tocou nestes nove meses?

[pausa] Tocou, o telefone tocou. Mas o mercado está difícil, as posições estão ocupadas e, seguramente, bem ocupadas... e este processo também fez que toda a gente fosse muito cuidadosa. Afinal foi lançada uma suspeição terrível sobre mim e Portugal é muito pequeno. Toda a gente depende de toda a gente. Há poucos espíritos livres. Por exemplo, cheguei a ter um convite, tudo aceite e, no momento de começar, a pessoa que mo fez desapareceu, nunca mais disse nada. Dessas coisas não me esqueço.

Mas há sempre um cargo de "diretor de novos negócios", ou "consultor para a formatação de conteúdos e novos media"...

[sorriso] Não lhe vou dizer se a questão se colocou ou não, mas também, muito francamente, não procuro prateleiras douradas. Acho que isso desvaloriza o ativo, para utilizar uma expressão futebolística. Porque perde o contacto com a realidade do dia a dia. Pode ganhar bem, mas sabe menos.

Apesar de tudo, é melhor do que estar desempregado.

Certo, por isso esperei pela oportunidade certa. Ao longo destes meses, mantive contacto com profissionais com responsabilidades, por exemplo, nessas três empresas de que falou. Mas ir para fora revelou-se a melhor solução.

E acabou por dizer sim à Multichoice, uma empresa de grande dimensão em África, onde vai reencontrar alguns amigos com quem já trabalhou. Isso pesou na decisão?

[pausa] Houve duas coisas que pesaram: por um lado, a dimensão da companhia no quadro das oportunidades que creio que este mercado gera. Por outro lado, vou ter oportunidade de trabalhar com gente que me vai ensinar outras coisas e com amigos que fazem parte da minha vida desde sempre. Mas eu, estando entusiasmado, não faço uma leitura cor-de-rosa da situação. Não vou para o paraíso. Claro que vou para um continente emergente onde há um grande potencial de crescimento, mas onde vou encontrar com toda a certeza dificuldades que nós não temos aqui. Mas também uma capacidade de trabalho e uma cultura de negócio muito diferentes da nossa. Melhor que a nossa. Não tenho dúvidas.

O que é que sabe da Multichoice?

É uma empresa que está integrada numa holding que tem uma realidade que nós não temos em Portugal: tem negócios na China, na Rússia, na Índia, nos Emirados Árabes, no Brasil, enfim, em países emergentes.

Demorou muito tempo a aceitar?

Não se trata de demorar muito tempo a aceitar, mas é verdade que, apesar de ter sido muito discreto na gestão do processo, ele demorou algum tempo e eu falei longamente com vários amigos que estão a trabalhar em África, o José Fragoso, o Paulo Sérgio, o Renato Freitas, o Rui Almeida, pessoas que estão a gostar da experiência que estão a ter, e isso também foi um fator que me ajudou a decidir. Se as pessoas com quem falei me tivessem dito "isto ganha-se bem mas é horrível trabalhar aqui", provavelmente teria pensado duas vezes.

Gerir os conteúdos para o mercado de língua portuguesa foi o que o seduziu mais?

Foi, é um mercado onde há imenso a fazer. Como calcula, eu não conheço ainda ao pormenor a realidade destes mercados em África, mas aquilo que sei é que uma boa parte da oferta que fazemos em Portugal já está em África. Mas há conteúdos que podem ser feitos e encomendados aos operadores portugueses ou a outros produtores. Depois, em Angola, a televisão é hoje muito melhor, mais forte e pujante, do que era há dois ou três anos, não é preciso recuar mais. Mas há caminho para fazer. E em Moçambique, idem idem, aspas, aspas.


"O MEU PROBLEMA NÃO É COM A RTP"

Vai para África deixando cá o mais difícil processo em que se viu envolvido na sua vida: o despedimento da RTP. É uma prioridade sua ajustar contas com a empresa? Ou quer ajustar contas com Alberto da Ponte?

[pausa] O meu problema não é com a RTP. Muito menos com as pessoas da RTP. Eu fiz 15 anos da minha vida profissional entre a rádio e a televisão públicas. Sei bem as dores que nós temos na RTP para fazer o trabalho, porque ele é mais escrutinado e porque muitas vezes é incompreendido. Portanto, não tenho quaisquer contas a ajustar com a RTP. Agora, não me peçam é que tenha perdão ou contemplações pela indignidade e a vilania. Eu, para citar o Jorge de Sena, não perdoo a ninguém a mediocridade, a estupidez, a malignidade, a intolerância, o espírito de compromisso, a cobardia moral. Para isso, não estou disponível. E acho que o tempo fará o seu caminho.

Se soubesse o que sabe hoje, teria conduzido as coisas de uma outra forma?

[pausa] É um bom exercício, mas não vale a pena fazê-lo. As coisas são o que são, não vivemos as coisas duas vezes. Só as vivemos uma vez.

Propunha que tentasse esse exercício.

[nova pausa] Nada do essencial teria feito diferente. Se eu teria feito numa ou noutra questão, pontualmente, algo de diferente? Talvez, mas no essencial não teria mudado nada.

Teria dito o que disse na comissão parlamentar sobre o presidente do conselho de administração da sua entidade patronal?

Teria dito o que disse na comissão.

Acha que o seu destino estava traçado logo à partida, ou hoje acredita que o que disse na Assembleia da República foi decisivo para ser despedido, com a RTP a invocar justa causa?

Vamos lá ver. Portugal é o país do respeitinho. A partir do momento em que eu estou morto, ou pelo menos em estado vegetativo, se eu próprio tivesse desligado a minha máquina, e tivesse deixado instruções sobre a forma como queria ser enterrado, eu teria sido enterrado. É preciso não me conhecer para saber que eu não ia fazer isso. Mas para responder diretamente à sua pergunta, sim, acho que o meu destino estava traçado à partida.

Porquê?

Bem, tinha-me transformado num quadro incómodo. Mais: nunca permitiria qualquer interferência.

Mas estava traçado por quem? Pela administração de Alberto da Ponte? Pela tutela de Miguel Relvas?

Lembra-se da imagem que usei no Parlamento? Miguel e o Lobo?

O Lobo é Alberto da Ponte?

Ficamo-nos por aqui. Para ser lobo é preciso saber usar a pele.

Como é que interpreta o facto de Miguel Relvas ser testemunha de defesa da RTP neste processo que o Nuno Santos lhe moveu? É a prova do "crime"?

O juiz decidirá, mas eu entendo bem o incómodo de muitas pessoas da RTP com o facto de Miguel Relvas ser testemunha de defesa da empresa. De defesa, note. Ninguém fez tão mal como ele à RTP, ninguém atacou tanto a RTP...

Acha que a saída de Guilherme Costa da RTP, há um ano, vulnerabilizou a sua posição?

Acho que sim, acho que sim. Nós fazíamos uma equipa e tínhamos uma ideia clara para aquilo que era a oferta do serviço público. E isso esbarrou contra aquilo que eram as pretensões do governo.


"PASSEI A SER INCÓMODO PARA O PODER POLíTICO"

Mas acha que era visto como o homem do presidente e, portanto, com a saída de Guilherme Costa, um alvo a abater?

Não, não exatamente. Temos os dois a independência de espírito suficiente para as coisas não serem assim. Tenho uma enorme consideração pessoal por ele, mas mais do que isso: acho Guilherme Costa um gestor de primeira linha. Ele fez um trabalho muito bom na RTP. Com a inteligência de não estragar o que estava feito em termos de gestão para trás. Ou seja, não fez aquela coisa tão portuguesa que é, "eu cheguei agora, portanto vou aqui impor as minhas ideias, fazendo tábua rasa do passado".

Alberto da Ponte fez isso?

Está a fazer isso, sim. Portanto, a RTP perdeu um bom gestor. Numa primeira fase, o governo teve o bom senso de o desafiar para ficar, mas depois criou-lhe tantos problemas, com alterações de modelo quase diárias, que ele bateu com a porta. Ele tornou-se uma pessoa incómoda e eu, num outro plano, tornei-me também uma pessoa incómoda.

Porquê?

A incomodidade em relação à informação produzida pela RTP era notória. E mais do que isso, a noção clara de que aquele território estava blindado, que não era possível entrar ali, existia já no poder político.

Sentiu diretamente essa incomodidade por parte de Miguel Relvas?

Sim, sim, senti essa incomodidade.

Fontes do gabinete de Relvas, à época, criticavam aquilo que consideravam ser o despesismo da informação da RTP e que os custos da sua direção eram muito elevados.

[sorriso] Pois, quando as pessoas não têm argumentos, atiram essas coisas que, normalmente, funcionam como um boomerang. Primeiro, isso não tem qualquer justificação factual, porque depois, quando se vai analisar, só há duas hipóteses: cumpriu os orçamentos ou não cumpriu os orçamentos? Cumpri. Esteve disponível para baixar os custos da Informação? E eu estive sempre porque percebia o contexto em que estávamos. Com essa arma de arremesso já levei várias vezes na vida.

E nesse capítulo não respondia perante o diretor-geral?

[pausa] Sim. Quem nomeou o diretor-geral foi a administração liderada pelo Dr. Guilherme Costa, mas sempre foi suficientemente equívoca essa solução. Como no quadro legal essa figura - a de diretor-geral - não existia, e não existe, era difícil escrever, e como tal nunca foi escrito que os diretores de programas e informação respondiam perante o diretor-geral. Porque, no fundo, os responsáveis perante a Entidade Reguladora e à face da lei são os diretores de programas e de informação. O director-geral é virtual.

Porquê? Não manda?

À face da lei é virtual.


"LUÍS MARINHO QUERIA UMA PESSOA MAIS FÁCIL DE LIDAR"

Como eram as suas relações com Luís Marinho?

[sorriso] A minha relação no dia a dia com ele era cordial, mas eu era, obviamente, uma pedra no sapato do diretor-geral.

Era?

Era. Ele manifestou-se publicamente contra a minha escolha. Tinha outra solução. E, como se viu, sempre manteve umas antenas na Redação que o tempo se encarregou de premiar. No fundo não há almoços nem jantares grátis.

Mas Marinho esclareceu publicamente depois da sua entrada que não tinha nada que ver consigo em concreto mas que tinha tomado aquela posição por entender que a RTP não precisava de ir buscar um quadro ao mercado, quando tinha lá gente capacitada.

Sim, mas vale a pena hoje perguntar-lhe se ele acha o mesmo sobre isso. Ou se isso foi apenas a resposta politicamente correta.

Qual era a escolha de Luís Marinho?

[pausa] Tinha outra pessoa. E queria seguramente uma pessoa com quem fosse mais fácil de lidar...

... mais maleável, é isso que quer dizer? Mais maleável politicamente?

... que fosse... [pausa] Enfim, que não blindasse o seu território.

Que fosse politicamente mais maleável?

Que não blindasse o seu território.

Mas o que é que isso quer dizer?

Quer dizer isso. O que eu fiz foi como forma de proteger equipa e a Informação produzida pela RTP. Porque é assim que eu entendo as funções que tinha. Mais ainda numa Redação sempre tão exposta como a da RTP.

Luís Marinho é muitas vezes acusado, e tem-no sido ao longo da última década, de ser um profissional que sabe navegar em águas ora calmas ora tempestuosas. E quem diz isso acrescenta que é por isso que ele se mantém em lugares de poder ora com tutelas do PS ora com tutelas do PSD. Também partilha dessa opinião?

Não se trata de opinião. Ele, de facto, mantém-se em lugares de poder e gestão quer com tutelas socialistas quer com tutelas social-democratas. É um facto. Na RTP costumam chamar-lhe o Super Boy.

Mas pode dizer-se o mesmo em relação a si, ou não?

[pausa] Não, acho que não há comparação possível.


"NÃO, NÃO ME PUS A JEITO"

Acha que o episódio dos "brutos", que levou à instauração de um inquérito ao sucedido, e um processo disciplinar que conduziu ao seu despedimento, foi apenas um pretexto para, em linguagem popular, lhe fazer a cama?

Acho que foi utilizado para consumar um objetivo, isso hoje é claro para mim.

E, ainda em linguagem popular, não acha que se pôs a jeito?

[pausa] Não, não me pus a jeito, mas não tenho dúvida de que alguém olhou para aquele quadro e disse "podemos cavalgar num certo sentido" Isso hoje parece-me evidente.

Admitindo como boa essa sua teoria, não acha que deveria ter-se defendido melhor?

Eu defendi-me da forma que acho a mais certa. E sei que há muitas pessoas que pensam o contrário. Mas eu tenho os dados todos. Defendi-me e estou a defender-me da melhor maneira que me podia ter defendido. Mas sobretudo sendo dono da minha defesa, estando livre de amarras para conduzir a minha defesa.

O que é que isso quer dizer?

Eu podia ou não ter entrado numa guerra surda com a administração, não apresentando a minha demissão? Podia, mas isso não me deixava com liberdade suficiente para conduzir a minha defesa. E isso era o mais importante. Jamais deixaria que me entregassem à Redação deturpando os factos e estando eu de mãos presas. Isso não.

Há muitos amigos seus que são de opinião contrária, que acham que quem não deve não teme e que o Nuno nunca deveria ter apresentado a sua demissão.

Não, mas eu discordo. Porque isso foi o que me deu a liberdade para poder conduzir a minha defesa.

Nove meses depois, já sabe quem deu autorização às autoridades para entrarem na RTP e ver as imagens em bruto da greve geral de 14 de novembro?

Em tribunal falar-se-á disso. Mas tenho grande dificuldade em perceber porque é houve uma tão grande diligência ali no espaço de 12 horas para receber as pessoas, conduzi-las internamente, mobilizar meios e tudo o resto.


"O INQUÉRITO INTERNO ENVERGONHA OS JURISTAS DA RTP"

O inquérito interno da RTP conclui que foi o diretor de Informação da RTP a autorizar esse visionamento. Ou seja, o Nuno.

[prontamente] Sim, mas esse "inquérito", enfim... Eu aliás, refiro-me sempre a esse inquérito entre aspas. E espero que aqui façam o favor de as manter. Esse "inquérito" é uma peça jurídica lastimável que envergonha os juristas da RTP. Só não é de brincadeira porque é a minha vida que lá está.

Mas porque é que diz que é uma peça processual que envergonha os juristas da RTP?

Por várias razões. Porque não me ouviu, por exemplo. Como é que alguém emerge como visado num determinado processo e a entidade patronal conclui que não é necessário ouvir essa pessoa? [pausa] Isto poderia ter sido feito com alguma sofisticação. Mas foi feito de uma forma trapalhona. Muito trapalhona.

O Nuno sempre disse que não deu qualquer autorização explícita para a entrada das autoridades na RTP. Mas também não disse o contrário. Isso não é uma assunção de algumas responsabilidades?

Bem, eu não quero estar a perder muito tempo com isso, mas nós tínhamos tido um carro atingido no meio de uma manifestação. Nunca em nenhum momento, nos vinte meses anteriores, eu tinha sido contactado pela PSP. A minha opinião sobre imagens em bruto era amplamente conhecida na Redação. Tínhamos tido anteriormente dois incidentes sobre isso e, portanto, eu tinha escrito sobre esse facto e o Conselho de Redação tinha-se pronunciado sobre essa questão anteriormente. Portanto, aquela chamada é sobre aquele tema, sobre o facto de o nosso carro ter sido atingido. E por isso a minha resposta parece ambígua. E tal como eu reconheci na comissão parlamentar, não é intencionalmente ambígua. É ambígua porque estamos num contexto de greve geral, de grande confusão e com um grande fluxo informativo.

E por isso é que eu pergunto se, achando o Nuno que poderia estar a ser vítima de uma cilada, não deveria ter dado uma resposta menos ambígua...

O que aconteceu é que alguém transformou a minha resposta ambígua - eu nem lhe chamaria uma resposta e muito menos uma decisão - numa ordem inequívoca.


"QUEM ME TRAIU? QUEM QUIS SALVAR A PELE. E SALVOU"

Quem foi? Alguém o traiu?

[longa pausa] Quem quis salvar a pele. E salvou.

No Parlamento, chamou "mentiroso" e "miserável" a Luís Castro, que fazia parte da sua equipa. Foi ele que o traiu?

Quem quis salvar a pele. E salvou. Imagine que há pessoas enfiadas nisto até às orelhas e que estão alegremente a coordenar o Telejornal.

Já ouvi. Volto a perguntar-lhe: foi Luís Castro que o traiu? A 19 de dezembro do ano passado, no Parlamento, ele disse aos deputados que não tinha "qualquer dúvida" de que tinha sido o Nuno a dar autorização expressa para as autoridades entrarem na RTP. Por isso, volto a perguntar-lhe: foi Luís Castro que o traiu?

Não vou fulanizar nem perder mais tempo.

Mas fulanizou na Assembleia da República...

Considero que não o fiz e, aqui chegados, e nesta fase, tão-pouco o vou fazer.

Porque sente que tem alguma coisa a perder com isso?

Não, porque o que eu disse disse-o no contexto da comissão parlamentar. Eu fui a todo o lado. Fui à ERC, fui à Comissão da Carteira, fui à comissão parlamentar, fui ao DIAP, enfim, prestei esclarecimentos em todos os sítios. E disse o que tinha a dizer. Está dito.

Ao dizer o que disse de Alberto da Ponte na Assembleia da República, e sendo na altura ainda um quadro da RTP, não deu à empresa justa causa para o despedir? Não há um dever de subordinação que se quebrou naquele momento?

Não, porque o que eu disse na comissão parlamentar é que enquanto responsável editorial [enfatiza], e repito enquanto responsável editorial, eu tinha perdido a confiança naquela pessoa.

E isso não é um juízo de valor sobre o carácter do presidente da sua entidade patronal?

Não. Nem é o suficiente para me despedirem. A não ser que eu tenha sido despedido por delito de opinião. Além disso, eu disse o que disse numa comissão parlamentar. Não o fiz numa entrevista. Fi-lo no contexto de uma comissão parlamentar, onde estão os deputados eleitos pelos portugueses, onde é suposto contribuir-se para o esclarecimento da situação. Na mesma comissão, na véspera, o presidente da RTP disse que não havia qualquer procedimento disciplinar, e depois do que eu digo lá, sou sancionado? Sou sancionado por ter dito a verdade?

"A RTP NÃO É DO DR. ALBERTO DA PONTE"

Mas não terá sido imprudente nesse momento?

Não, não fui. Fui frontal e incisivo e as pessoas convivem mal com isso. Disse aquilo que achava que devia ter dito e, sublinho, disse-o enquanto responsável editorial. A RTP não é do Dr. Alberto da Ponte. Ele é o gestor da empresa. Hoje é, amanhã não será. Não coloquei em causa as capacidades de gestor do Dr. Alberto da Ponte, não coloquei em causa a sua legitimidade para estar no cargo, obviamente que a tem. Eu não respondia apenas perante o conselho de administração. O diretor de Informação da RTP, ao contrário dos diretores de Informação da SIC e da TVI, responde perante os seus acionistas mas também perante a ERC, que emana da Assembleia da República. O diretor de Informação da RTP tem um estatuto que a lei lhe confere. E passou-se por ele como cão em vinha vindimada. Mais: a única entidade com competência deontológica para se pronunciar era a Comissão da Carteira, nunca o Conselho de Administração. Fui alvo de uma tentativa de assassinato de carácter e da minha dignidade profissional.

Mas não extremou a sua posição?

Bem, não fui eu que escolhi extremar as coisas. Eu avisei que ia ser despedido e fui. Podia estar agora a trabalhar. Olhe, podia ser coordenador do Telejornal [Luís Castro é coordenador do TJ], podia estar na rádio. Porque, enfim, não me pondo aqui em bicos de pés, as coisas são o que são, eu tinha valências que poderiam ter sido interessantes para a empresa. Portanto, não fui eu que escolhi este caminho. Agora, se tenho medo do confronto? Não, não tenho. Nenhum medo. Nem sou hipócrita. Se o momento é de confronto, vamos ao confronto. Sem medo.

Quando aceitou o convite da RTP para ser diretor de Informação, recebeu muitas sugestões e muitos avisos no momento de formar e de escolher a sua equipa?

[pausa] Sim, recebi, mas não vale a pena voltar atrás. Já construí muitas equipas ao longo da minha vida profissional. Portanto, sei que esse processo é natural. Aceitei muitas sugestões que as pessoas me deram e rejeitei outras pela minha cabeça. E eu escolhi pessoas que, se estivermos a falar da sua competência profissional, são inatacáveis. São do melhor que a RTP tem.

Luís Castro também?

Do ponto de vista profissional, são do melhor que a RTP tem. Quer dizer, eu não considerava esse sujeito um bom profissional de televisão e, de repente, passei a considerá-lo um mau profissional. Ele tem provas dadas, a minha análise decorre dos factos, não é a minha opinião. Eram todos quadros da empresa, tinham todos provas dadas na empresa, eram todas aceites pela Redação e, portanto, desse ponto de vista era uma excelente equipa.

Teve muitas surpresas no último ano? Muitas desilusões?

[pausa] Não. E digo-lhe não porque acho que já vivi o suficiente para não ter ilusões. Parece uma frase feita, mas é verdade. Provavelmente, não acertei em todas, mas no essencial eu sei quem é que esteve sempre aqui, quem é que esteve disponível, quem é que trocou de chapéu quando foi altura de trocar de chapéu.

Houve muita gente a trocar de chapéu?

Algumas e agora já estão a trocar de chapéu outra vez. E se eu um dia voltar, vestem logo o fato completo. É a vida, é assim.

Perdoará essas pessoas?

Há coisas que eu não perdoo mesmo: a indignidade, a traição, a cobardia moral. Para isso eu nunca estou disponível. Ao longo da minha vida profissional, eu passei por situações-limite onde já fui amado e odiado mas no essencial nunca me desiludi comigo próprio. Acho que isso é o mais importante.

E boas surpresas teve? Gestos de quem não esperava?

Tive, porque as situações-limite trazem ao de cima o pior das pessoas mas também o melhor. E, portanto, houve algumas pessoas de dentro da RTP que, ou na tranquilidade das suas salas, ou em cafés distantes da empresa, me disseram coisas importantes.


"A INFORMAÇÃO JÁ NÃO É A PRINCIPAL MARCA DA RTP"

Como é que é a sua relação com Paulo Ferreira, o jornalista que o sucedeu no cargo?

É cordial. Não nos encontramos há muito tempo. Penso, aliás, que desde que ele assumiu funções encontrámo-nos uma única vez num evento público. Acho que Paulo Ferreira é um bom jornalista. Tudo o que eu disse no momento em que ele foi nomeado mantenho. E julgo que ele está a tentar fazer o melhor que pode, apesar da sua inexperiência e dum contexto interno que é hostil à informação. Lamento muito que a informação tenha deixado de ser a principal marca da RTP.

Tem seguido aquilo que tem sido a informação da RTP nos últimos meses?

Enquanto espectador tive aquilo que se pode chamar de período de nojo. Acho que isso me fez bem. Nas últimas semanas voltei a estar mais atento e não abdico de ter a minha opinião.

Se fosse ainda diretor de Informação da RTP, teria contratado José Sócrates como comentador?

Teria. Acho que foi uma boa decisão dar a José Sócrates um espaço autónomo de opinião.

Nas últimas duas semanas, a opinião de José Sócrates já veio incluída no Telejornal...

Não acho bem. Acho que isso tem alguma perversidade. Aquele não é um espaço de opiniões contrastantes, é um espaço com assinatura. E portanto, acho que não deve estar junto das notícias. Pelo menos no serviço público de televisão. Isso para mim é ponto assente. Acho que essa decisão de transportar a opinião de José Sócrates, tal como a de Morais Sarmento, para dentro do Telejornal pode abastardar a informação da RTP. Acho que é muito perigoso.

Porquê?

Porque pode tornar-se claro aos olhos do espectador que, em nome da conquista de públicos, se podem perder valores que são fundamentais. A começar pela separação de coisas que devem ser claras para o espectador: um espaço de notícias e um espaço de opinião. Mas não só. A ser verdade aquilo que me foi relatado, que é o desaparecimento de programas autónomos de informação que foram uma bandeira da RTP nos últimos anos, acho isso muito grave. Nos últimos anos, o discurso oficial permitiu à RTP dizer que tinha em antena, e autonomamente, todos os géneros jornalísticos - debate, média reportagem, entrevista, investigação. Ora, se isso passar a ser integrado no jornal, é uma cedência perigosa à lógica de programação dos privados. Ou seja, não distingue a RTP da SIC e da TVI.

Isso a prazo pode levar a que as pessoas se questionem sobre a necessidade de um serviço público de televisão?

[pausa] Pode, a prazo pode. Na prática, se isso acontecer, acaba com uma razão de ser do serviço público, que é a existência em canal aberto, ou seja, acessível a todos os diferentes géneros jornalísticos.

Continuam a existir, estão é no Telejornal...

Não é a mesma coisa, como ambos sabemos.


"A RTP INFORMAÇÃO ESTÁ NUM ESTADO LASTIMÁVEL"

A RTP Informação continua a fazer sentido?

Bom, no estado lastimável em que ela se encontra, não. Agora, isso é intencional ou não houve ainda tempo para olhar convenientemente para o canal?

Porque é que diz que está num estado lastimável?

[pausa] Não se distingue das restantes e...

... Distinguia-se no seu tempo?

Estava a fazer um caminho para se distinguir. Nós não acabámos esse trabalho.

Mas publicamente é o seu maior falhanço: prometeu ser líder de audiências no espaço de 15 meses e não conseguiu.

[pausa] Não tive tempo para fazer esse percurso. O que eu digo é: quando eu cheguei, tínhamos um canal de notícias que não tinha ponta por onde se lhe pegasse. Essa é que é a verdade: não tinha identidade, tinha uma direção bicéfala, não tinha rumo. E eu e a minha equipa conseguimos dar uma identidade ao canal e sabíamos muito bem o que estávamos a fazer e o que queríamos fazer. Acho que esse processo parou. Não sei se por incapacidade das pessoas ou se pelo contexto que a empresa vive. É preciso acelerar o passo, porque essa pergunta - para que serve a RTP Informação? - que é feita ainda num círculo relativamente restrito, poderá ser feita, um dia destes, em conversa de café entre três contribuintes.

E se o poder político, qualquer que ele seja, chegar à conclusão de que o canal de notícias da RTP não faz falta?

Acho que isso será um erro porque o canal de notícias da RTP devia ser a base da RTP Internacional. Há muito que digo isto. Em vez de se produzirem infindáveis programas para a antena internacional, de gosto duvidoso e de eficácia limitadíssima. Quem está fora quer, sobretudo, notícias do país e desporto. Por outro lado, outra coisa pela qual a RTP se deveria bater era ter o seu canal de notícias em aberto na TDT, mas disponível 24 horas por dia a todos os cidadãos. Porque esse canal presta, efetivamente, um serviço público. Não aceito nada aquele argumento "ah e tal, mas os privados já prestam e bem esse serviço". Pois prestam, mas se formos pensar assim, não se faz televisão. Os privados já a fazem. Ora, isso não é assim em nenhum país da Europa.


"O JOSÉ RODRIGUES DOS SANTOS É MINHA TESTEMUNHA EM TRIBUNAL"

Sente que o seu processo na RTP atingiu, por tabela, outros profissionais da RTP?

[pausa] Sim, mas era inevitável que isso acontecesse. É sempre assim. Nós estamos com esta pessoa ou estamos contra ela. Há pessoas que foram puxadas para baixo, encostadas. E há outras que não foram porque têm um estatuto que é impossível fazer isso.

Está a pensar em alguém em particular?

Posso dar-lhe um nome: o José Rodrigues dos Santos. Há algumas pessoas que provavelmente gostariam que ele tivesse menos exposição, menos antena, menos protagonismo. Ele nunca se escondeu: o Zé é uma das testemunhas que arrolei em tribunal. Bom, é um nome de tal maneira incontornável que não é possível escondê-lo da antena.

Em declarações no início do Verão ao DN, Alberto da Ponte, a propósito das dificuldades de renegociação do salário de Rodrigues dos Santos, admitiu a saída do pivô.

Talvez valesse a pena que o Dr. Alberto da Ponte verificasse quanto é que o José Rodrigues dos Santos vale para a RTP, quanto é que já deu à empresa, entre aquilo que é mensurável e aquilo que não é. Por exemplo, vamos falar aqui de duas pessoas, com as quais eu não trabalhei diretamente nesta fase, mas que convivi com elas quando estava na programação, que são o José Alberto Carvalho e a Judite Sousa. Eles saíram por causa de um novo projeto profissional, claro, mas também por causa dessa discussão do dinheiro que era permanente. A RTP estaria melhor com o Zé Alberto e a Judite ou sem eles? A resposta é simples: está pior agora. E eles estão noutro lado a fazer um trabalho bom.

Mas o facto de o presidente de uma empresa assumir publicamente que o seu principal ativo pode sair não pode, ao mesmo tempo, ser um aviso interno, dizendo que não há vacas sagradas?

Pode, mas é um aviso perigoso. Um discurso perverso. Porque a RTP é tanto mais importante quanto for a relevância que tenha na sociedade portuguesa. Uma estação de televisão, ao contrário de, por hipótese, uma fábrica de cerveja, não se faz com uma receita. Faz-se de pessoas.

Onde é que espera chegar com este processo, que começa em breve no tribunal?

Espero que me seja feita justiça. E, não sou hipócrita, espero que quem se portou miseravelmente seja sancionado.

Como é que ela se materializará? Com a reposição do seu bom nome?

Com certeza, isso é a parte mais importante. Para além de estar de bem com a minha consciência, já fui ilibado por todas as entidades que se deveriam pronunciar e todas, sem exceção, me deram razão: a ERC, a Comissão da Carteira, o Sindicato dos Jornalistas, a Comissão de Trabalhadores da RTP, o Conselho de Redação. Mas eu fui despedido. Estive nove meses sem trabalhar, cinco dos quais desempregado e com a honra atirada aos cães. Não desisto.

A reintegração da empresa é um objetivo?

O futuro está em aberto. Se eu fui despedido, e julgo que não houve justa causa para me despedirem, isso significa que o que acho que devia acontecer era eu ser quadro da RTP. Essa é a questão de facto. Como é que isso se materializa? Bem, desde logo vamos ter de esperar que o tribunal se pronuncie. E depois se o tribunal se pronunciar a meu favor, logo se verá. Falta tempo.

Esta entrevista é publicada no dia 13, o dia para o qual está marcada a primeira audiência preliminar. Acredita ainda num acordo?

Isso depende de algum espírito de abertura das partes. Eu tenho espírito de abertura, sobretudo em nome dos superiores interesses da RTP e da paz na empresa, mas não cederei no essencial.

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Notícias Gerais RTP - Página 16 Empty Re: Notícias Gerais RTP

Mensagem por Jnpc Qua 9 Out 2013 - 18:53

CM escreveu:RTP pondera abrir novos canais

Governo garantiu esta quarta-feira, na Comissão de Ética do Parlamento, que "a RTP vai ter o financiamento necessário para cumprir" o novo contrato de concessão. Televisão pública poderá vir a ter novos canais.

O ministro Miguel Poiares Maduro acrescentou que, no sentido de garantir a sustentabilidade financeira da empresa, "os recursos humanos vão ter de diminuir", assinalando que isso "não será feito de forma a ter um impacto neste contrato de serviço público".

Entretanto, o Governo vai criar um novo modelo de governação da RTP, que passa pela criação de um "conselho geral independente", que irá escolher e nomear a administração da empresa e supervisionar o cumprimento do novo contrato de concessão.

"O objetivo é ter um órgão genuinamente independente", sublinhou o ministro, informando que o conselho terá uma "composição limitada, de cinco a sete membros". O objetivo da reforma é "eliminar o risco de perceção de governamentalização da empresa".


CIDADÃOS VÃO PODER PARTICIPAR EM 'BANCO DE IDEIAS'

No Parlamento, Poiares Maduro anunciou ainda que os cidadãos vão poder participar na discussão sobre a proposta de contrato de concessão de serviço público de rádio e televisão, através de um micro-site que será lançado dia 17 e que deverá servir como "banco de ideias".

Além desta iniciativa, será também desenvolvido o "dia do serviço público". O objetivo é que neste dia, em que haverá "conferências, workshops e debates na RTP, e em que a RTP estará disponível para ser visitada", sejam "discutidas algumas sugestões do banco de ideias".

De acordo com o novo contrato, a RTP1 continua direcionada "para o grande público", com um papel de "regulador de qualidade, mas competindo com outros canais, apostando em formatos inovadores".


RTP2 GANHA 'IDENTIDADE MAIS CLARA'

Ainda segundo o governante, a RTP2 "ganha uma identidade mais clara", com "forte ênfase cultural". O canal da estação pública dedicado à informação deverá passar a ter uma "vocação especial de proximidade", "com informação regional e, sempre que possível, através de janelas de programação regional, transmitidas para cada uma das regiões", destacou.

O contrato prevê ainda a "remodelação dos serviços internacionais", que deverão ter conteúdos próprios e ter um "papel de promoção económica e cultural do País no estrangeiro". Poiares Maduro sugeriu ainda à RTP que "pondere instalar a sede dos serviços internacionais no Porto". O novo contrato prevê também que a RTP tenha um "papel fundamental enquanto dinamizador do mercado de produção audiovisual português independente".

A este propósito, deverá ser criado "um núcleo de editores especialistas por géneros de programação", que funcione como uma "massa crítica que pense em termos de programação e interaja com o mercado de produção independente".


ESTUDOS PARA LANÇAMENTO DE NOVOS CANAIS

Além disso, explicou o ministro, a RTP deverá "desenvolver estudos para averiguar o lançamento de novos serviços de programas", nas áreas de infantojuvenil, música, sociedade civil e educação, sendo que "o lançamento de novos canais depende destes estudos".

O novo contrato de concessão do serviço público de televisão e rádio, que implicará alterações à Lei da Televisão, deverá entrar em vigor a 1 de janeiro de 2014.

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Mensagem por david silva Qua 9 Out 2013 - 23:15

Novos canais? Os actuais estão com programações cada vez mais pobres...para quê mais canais? A RTP2 daqui a pouco parece a RTP Memoria 2.

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Mensagem por Jnpc Sex 11 Out 2013 - 14:26

Entrevista de leitura obrigatória!

NTV escreveu:Miguel Poiares Maduro: "Os portugueses não vão pagar mais pela RTP"

[Tens de ter uma conta e sessão iniciada para poderes visualizar esta imagem]

Na semana em que apresentou a "nova" RTP, eis a entrevista que se impunha. As certezas, as convicções e as opiniões do homem que acredita que a RTP não será perfeita. Mas será melhor do que é hoje...


Para começar, faço-lhe uma pergunta direta: sabe em que ano nasceu a RTP?

[pausa e sorriso] Por acaso... não tenho presente. Sei que é em mil novecentos e cinquenta e tal.

7 de março de 1957.

Isso, eu sabia que era por aí [sorriso]. Mas não creio que seja muito grave.

Não, não é. Foi apenas uma pergunta. Os portugueses habituaram-se a ouvir falar da RTP quer como um sorvedouro de dinheiros públicos quer como uma correia de transmissão do poder político. É a sua opinião também?

Essa é de facto a perceção dos portugueses, e nem faz sentido pensar se é justa ou não, ou se foi justa no passado. Falando com pessoas da RTP, ouço contar episódios preocupantes. Mas para mim, mais importante do que identificar os momentos do passado em que existiram momentos de governamentalização, é perceber que há uma perceção pública dessa possibilidade. A ideia de que o conselho de administração pode ser um braço do poder político dentro da empresa afeta claramente a capacidade de gestão dentro da empresa e leva à criação de núcleos e formas de reação que criam muitas disfunções.

Mudou a perceção que tinha da RTP antes de ser ministro?

[pausa] É um exercício interessante... A minha imagem da RTP enquanto espectador, enquanto cidadão e contribuinte, era a de uma empresa muito estática que não tinha acompanhado o ritmo dos tempos. Tinha um peso muito grande que a impedia de acompanhar a mesma passada dos outros e que, por isso, estava a ficar para trás.

E agora, mudou essa ideia?

A minha perceção é outra, claro. A RTP é muito mais diversificada do que as pessoas pensam. Que há realmente inércias graves na empresa, é um facto. Mas também há muita gente a fazer trabalho extremamente interessante e que continua muito motivada.

O novo contrato de concessão, que o senhor ministro anunciou quarta-feira aos deputados, é mais uma revolução na RTP?

[pausa] Este contrato de concessão não é uma revolução, é sim uma transformação profunda. É uma reforma importante e que define claramente uma estratégia de futuro para a empresa, num ambiente muito diferente e que assenta na definição de orientações estratégicas muito claras.


REGULADOR DE QUALIDADE

E quais são essas orientações estratégicas?

São três as orientações que defini: primeira, a RTP deve ser um regulador da qualidade da programação audiovisual, no sentido de que concorre com os outros canais, mas numa lógica diferenciadora, com formatos inovadores e criativos, que promovam a qualidade geral na televisão. Segunda, que seja um dinamizador da produção audiovisual independente, no sentido da criação de um verdadeiro mercado generalista e independente do audiovisual. E terceira, que a RTP seja um grande instrumento de promoção de Portugal no mundo.

É a terceira reforma no espaço de uma década: a primeira em 2002, com Morais Sarmento e Almerindo Marques, a segunda com o plano de redimensionamento protagonizado por Guilherme Costa e agora esta. Uma televisão em permanente convulsão sobrevive num mercado competitivo?

São, e por isso é que eu acho que as transformações têm de ser feitas com estabilidade. Esta reforma encaixa no programa de redimensionamento da empresa, que está mais focado na sustentabilidade financeira, redefinindo opções estratégicas de futuro e promovendo uma mudança na cultura da empresa através dos vários mecanismos que estão previstos no contrato de concessão, seja a criação de um núcleo de editores por áreas temáticas, um núcleo de criatividade, critérios de autoavaliação, etc.

Nos últimos dois anos, durante a vigência do Governo ao qual pertence, já foram testadas, anunciadas, prometidas ou aventadas várias soluções: a alienação de um canal, a privatização integral da empresa, a concessão de um canal a privados, o congelamento de uma frequência e a existência de um canal único. Não foi um ziguezague demasiadamente pronunciado?

[longa pausa] Para mim, o fundamental é o futuro. Isso para mim é essencial.

Certo, mas não é possível passar uma esponja pelo que se passou. Foram dois anos do mais absoluto desnorte, que contribuíram para a degradação da imagem pública da RTP.

É verdade que houve alguma instabilidade na empresa, mas também ela existe no contexto geral do país, que gerava uma necessidade grande de impor uma disciplina orçamental apertada à empresa. A RTP necessitava claramente disso porque estava sobredimensionada em várias áreas em relação ao que necessitava.

Mas eu não estou a falar da inevitabilidade do plano de redimensionamento, estou a falar do avança-recua que foram estes dois anos. Dou-lhe um exemplo: a grelha da RTP1 que ainda está no ar foi pensada e feita no pressuposto de que a empresa só teria um canal...

A riqueza dos debates e as diferentes opiniões sobre a RTP apenas nos alertam e fazem reforçar a convicção da sua importância na nossa sociedade e na nossa vida coletiva.

[sorriso] Isso é uma resposta à político, permita-me que lhe diga. O Governo passou dois anos sem saber o que queria fazer da RTP.

Insisto: o importante é que as linhas programáticas da RTP estão agora definidas claramente. O caminho é este. E num quando de financiamento que lhe vai garantir a prossecução de todos os objetivos estratégicos.


O FINANCIAMENTO

O Governo já disse que a RTP vai ter de viver com os 140 milhões da Contribuição Audiovisual (CAV), que os portugueses pagam na fatura da eletricidade, mais 40 milhões de receitas comerciais. A administração, entretanto, já veio dizer que precisa de 200 milhões para viver e cumprir a sua missão.

Garanto-lhe uma coisa: a RTP vai ter o dinheiro necessário para cumprir os objetivos deste contrato de concessão. E estamos juntamente com o conselho de administração a ultimar os instrumentos de financiamento que garantam isso mesmo.

Mas se esse financiamento não vier diretamente do Orçamento de Estado, mas vier de institutos públicos, como o Instituto Camões, ou de fundações ligadas ao Estado, isso será uma forma indireta de injetar dinheiro na RTP. Não é uma hipocrisia?

[sorriso] Não vou estar a especular. O que lhe posso dizer é que o financiamento público da RTP vai diminuir, tal como estava previsto. Isso é claro.

Financiamento direto e indireto?

Financiamento total, na forma que em breve será conhecida.

Mas, insisto, não será uma mentira dizer que o Estado diminui o financiamento na RTP se depois encontrar mecanismos de financiamento indireto através de institutos ou fundações?

Pronto, vou ser ainda mais direto: o financiamento direto e indireto do Estado, no seu global, vai ser menor do que este ano.

Portanto, pode garantir aos portugueses que eles não pagarão mais um tostão do que pagam agora para financiar a RTP.

Posso garantir que na soma dos diversos instrumentos públicos de financiamento da RTP ele será mais baixo do que é hoje.

O discurso político dos últimos meses tem sido de que a RTP no próximo ano terá de viver apenas com a Contribuição Audiovisual e as receitas comerciais que conseguir angariar. O que me está a dizer, ou pelo menos a deixar implícito, é que a CAV não será a única forma de financiamento público...

[pausa] Eu percebo a sua insistência, mas eu não vou especular sobre a forma como conseguiremos financiar a RTP. O que garanto é que a empresa terá o financiamento necessário...

... já percebi essa mensagem, mas eu tenho de insistir, perdoar-me-á. O que foi dito aos portugueses há meses é que a RTP teria de viver apenas com o dinheiro da CAV mais a publicidade. Isso pelos vistos mudou.

Não vou especular, peço-lhe desculpa.

As expectativas de receitas comerciais para 2014 são de 40 a 45 milhões de euros. Acha que o mercado no estado em que está pode render isso à RTP? Os analistas de mercado têm as mais sérias dúvidas...

Esse é o compromisso assumido pelo conselho de administração e, portanto, compete-lhe a ele cumprir com isso. Há apostas que nós vamos fazer que podem potenciar o crescimento das receitas publicitárias.

Como por exemplo?

O que está no contrato de concessão vai fazer com a RTP melhore e se aproxime dos portugueses, valorizando-se. Mas a aposta em termos de serviço internacional pode, em nossa opinião, ser geradora de novas receitas. Um serviço internacional que é mais dirigido para a promoção económica do país pode ser potenciador de receitas publicitárias.

O Plano de Desenvolvimento e Redimensionamento avançava com a hipótese de aumentar a CAV já em 2014 mediante um aumento de oferta de serviços. Essa ainda é uma possibilidade?

[pausa] De novo, responder-lhe a essa questão levar-me-ia à temática que eu não quero desenvolver ainda [sorriso].

Portanto, não confirma nem desmente...

Não posso responder-lhe a essa questão. Como lhe disse, os portugueses não vão pagar mais dinheiro pela RTP. Isso é claro.


OS DESPEDIMENTOS

Já me disse que a RTP quer estimular a produção independente. Portanto, vai incrementar a produção externa. Vai ser criada uma nova empresa de meios?

A RTP deve ser o grande dinamizador do mercado audiovisual e da produção independente, porque temos um mercado pequeno onde, ainda por cima, os operadores privados produzem grande parte do que exibem. Se nós queremos ter um mercado mais dinâmico, mais versátil, mais pluralista e mais criativo, tem de ser o serviço público a ter esse papel. Ora, se é assim, se vai haver maior empenho da RTP na produção externa independente, necessariamente a isso corresponderá uma diminuição da produção própria da RTP.

Portanto, estamos a falar de despedimentos. O Bloco de Esquerda fala em 300 pessoas que vão para a rua...

Vai ter de perguntar ao Bloco de Esquerda como chegou a essas contas. Acho que isso é um discurso para meter medo aos trabalhadores. E convirá, já agora, perguntar-lhes se são a favor ou não da produção audiovisual independente. A forma como essa gestão será feita cabe à administração da RTP. A eventual externalização da produção que já não vai necessitar tem de ser gerida. É uma decisão que cabe à administração. Não me intrometo nessa matéria.

Mas eu perguntava-lhe se a RTP voltará a criar uma empresa de produção?

Isso pode fazer algum sentido, é uma das questões em equação.

Mas isso não é voltar atrás? Aquando da reestruturação de Morais Sarmento, a RTP criou em 2003 a RTP Meios, no âmbito da fusão da FO&CO, da Edipim e dos meios de produção do Porto.

Isso pode fazer sentido numa fase de transição, mas nunca será algo definitivo. O novo contrato de concessão obriga a RTP a manter a produção interna de um número mínimo de horas e externalizar a restante produção.

Desde 2002, o primeiro plano de reestruturação, já saíram da empresa um quarto dos trabalhadores. Ainda há gente a mais?

Depende dos serviços. De acordo com o que me dizem, há determinados sectores onde a empresa ainda tem profissionais a mais. Haverá outros, naturalmente, em que terá profissionais a menos. Mas não há dúvida que a RTP ainda tem profissionais a mais, até comparando com que o têm os outros operadores.

A comparação, apesar de tudo, não é legítima. A SIC e a TVI têm quatro ou cinco canais, enquanto a RTP tem além dos quatro canais nacionais, dois regionais, dois internacionais, os centros regionais decorrentes das suas obrigações, vários canais de rádio, o online, enfim. A dimensão é outra...

É comparável em termos proporcionais. E muitos desses canais o que fazem é retransmitir o que os outros canais transmitem. Há muito aproveitamento de conteúdos. O que eu disse ao conselho de administração nessa matéria é que seja feita uma análise serviço a serviço. Onde houver gente a mais tem de se mudar.

Mas, ao que me dizem, há áreas na RTP que estão arrasadas com as recentes rescisões voluntárias.

E há outras em que, seguramente também lhe dizem, há gente a mais.

Está em curso um novo plano de rescisões na empresa, que vai em cerca de 180 acordos. O acordo é para continuar?

Sim, é para continuar.

Sabe quantificar o número de excedentes?

Não, não sei. Pedi à administração para fazer essa análise serviço a serviço. E pedi também à administração para avaliar a possibilidade de, em sectores onde haja excedentes, não haver despedimentos mas redução do horário de trabalho e do correspondente ordenado.

Alberto da Ponte tem dito que um despedimento coletivo é possível, mas é o último passo, o último recurso. Quais são as preocupações da tutela a esse respeito?

Não me quero pronunciar sobre esses cenários. Entendemos que a RTP tem recursos humanos a mais, está a ser feita essa avaliação pela administração da empresa. Mas posso garantir-lhe que dei ao conselho de administração instruções para minimizar ao máximo os custos sociais para os próprios trabalhadores.

Mas não fecha a porta a um despedimento coletivo.

O presidente da RTP já respondeu a isso.


A MADEIRA E OS AÇORES

Muito bem, mudemos de assunto. O que vai acontecer aos centros regionais da Madeira e dos Açores? Qual é o modelo de gestão escolhido? Quem os vai sustentar?

Estão claramente sobredimensionados e vão ter também de fazer essa análise de gestão. Nos centros regionais a questão é ainda mais grave. Por isso, os centros regionais vão ter de fazer um esforço paralelo ao do continente para se redimensionarem. É preciso ouvir toda a gente, até as autoridades regionais.

E quem vai sustentar os canais?

O financiamento é o mesmo que garante o contrato de concessão do serviço público.

A ideia aventada de que poderia haver uma entrada dos governos regionais no capital e na gestão dos canais está fora de hipótese?

Não temos decisões definitivas, sendo que há constrangimentos jurídicos nessa questão.

Mas veria com bons olhos esse cenário?

Não vou especular. Há modelos em abstrato que podem fazer sentido e, depois, na prática não se podem aplicar.

Essa possibilidade não poderia contrariar uma das suas ideias basilares, que é a independência da RTP perante o poder político. Sujeitar a RTP Madeira e a RTP Açores à subordinação dos governos regionais não seria nefasto?

Não vou fazer juízos de valor dessa natureza.

Não são juízos de valor, são factos. Na Madeira, por exemplo, está a caminho do tribunal europeu uma denúncia do Diário de Notícias da Madeira contra o Governo Regional devido à relação comercial do Governo de Jardim com o Jornal da Madeira.

Deixo as entidades competentes decidirem sobre esse caso.

O arquivo da RTP é outro caso estranho da empresa. Foi comprado pelo Estado à RTP mas continua na... RTP. Isto faz sentido? O que lhe vai acontecer?

[sorriso] Pois, o que era interessante era perceber porque é que isso aconteceu. E quando é que isso aconteceu. Isso foi mais uma forma de engenharia financeira que o anterior governo utilizou e que a RTP também está hoje a pagar. Essa é uma dificuldade que nós temos, que resulta dessa decisão ter sido tomada e estamos a estudar uma solução em conjunto com a administração e com a tutela financeira da RTP.

A RTP vai ter de devolver os 150 milhões recebidos da Direção-Geral do Tesouro, e já utilizou para pagar parte da dívida à banca?

Neste momento, isso não seria claramente possível para a empresa.

Portanto, está a dizer-me que são 150 milhões a fundo perdido...

Não estamos sequer a equacionar essa questão. Deve é perguntar ao governo de então [José Sócrates] porque tomou essa decisão.

Sim, mas independentemente dos governantes, o Estado é o Estado e neste momento o senhor ministro é a cara do Estado que eu tenho à minha frente, daí a pergunta.

A RTP é um ativo público e temos de valorizá-lo. O que faremos é defender os interesses da RTP, ao mesmo tempo que defenderemos os interesses do Estado.

Neste caso, não se terá defendido o interesse da RTP e não o do Estado, que comprou o arquivo da RTP a troco de 150 milhões de euros e não ficou com ele?

Neste momento, é um problema que encontrámos, fruto de mais uma decisão financeira irresponsável de razões facilmente entendíveis. É mais um problema herdado que estamos a tentar resolver.

Portanto, o arquivo histórico da RTP que a RTP vendeu ao Estado continuará sobre a alçada da empresa, é isso?

É isso. Para já, é o que está previsto.


A INDEPENDÊNCIA E OS "BOYS"

Uma das novidades deste seu plano para a RTP foi definir o novo plano de gestão inspirado no modelo da BBC, em que há uma comissão que nomeia a administração. Porquê? Acha que são realidades de mercado comparáveis?

Não me inspirei no modelo da BBC para o aplicar na RTP. Ao longo destes meses em que estudei a RTP, identifiquei, por um lado, aquele risco de governamentalização e ingerência política de que falámos no início. E que, independentemente de ser justa ou injusta, cria muito ruído em redor da RTP. Por outro lado, concluí que a convicção de que a empresa poderia ser permeável ao poder político impede o conselho de administração de ser efetivo na gestão, cria problemas de comunicação e direção estratégica. Por isso, concluí que era imprescindível criar um mecanismo que garantisse a plena independência da RTP.

E o que é que lhe garante que este modelo que propõe possa acabar com esse ruído?

Neste contexto, o modelo da BBC tem algumas virtualidades, porque na garantia da independência mais sucesso tem tido. Ninguém contesta no Reino Unido a independência da BBC. Como disse aos deputados na Assembleia da República, o modelo que vamos adotar não será perfeito, mas é o menos imperfeito.

Quais serão os custos desse modelo?

Depende das especificidades que ainda estamos a estudar, mas não prevejo grandes custos.

Não? Mas essa "comissão de sábios" que nomeará a administração vai ter cinco a sete pessoas. Serão pagas, naturalmente...

[pausa] Não estão ainda previstas as condições de remuneração dessas pessoas.

Não está à espera que uma comissão com essa responsabilidade tenha personalidades tão importantes que aceitem não ser remuneradas...

Mesmo que sejam remuneradas, e é provável que o sejam, isso pode ser feito com a diminuição de outros cargos e de outras funções mesmo dentro da empresa. Há poupanças maiores que iremos fazer que nos podem permitir esse custo, que será muito limitado e profundamente residual, no contexto dos custos da empresa.

Mas esclareça-me uma coisa: qual a diferença entre a nomeação de uma administração feita pelo Governo e a nomeação feita pelo governo de uma entidade independente que nomeia depois a administração? Como se limita a governamentalização se o Governo está lá na base da nomeação? Não é a mesma coisa?

Não, porque a atual administração responde, no que concerne ao cumprimento do contrato de concessão e às questões de gestão, perante o Governo. No futuro responderá perante uma entidade independente.

Uma entidade nomeada pelo Governo. Onde está a independência, insisto?

As condições de nomeação e de eleição não estão ainda definidas.

Mas quando os governos mudarem, serão nomeados outras personalidades. Isto aos olhos dos contribuintes não são mais jobs for the boys?

Não.

Não é mais uma forma de os partidos colocarem a sua clientela política num cargo da administração pública?

Não, claro que não. Esse é o maior incentivo para que o primeiro grupo de pessoas desse conselho geral seja constituído por gente verdadeiramente independente e entendida como tal pela opinião pública em geral. Porque a prova vai estar na qualidade das pessoas. Porque se elas forem entendidas como realmente independentes, isso vai criar um precedente que qualquer governo futuro que queira alterar esse grupo de pessoas terá um ónus pesado, porque a opinião pública já acredita que quem controla a RTP não é o governo mas um grupo de pessoas genuinamente independentes. Estabelecido esse precedente, é verdade, um governo que venha a seguir pode mudar, mas quero ver quem terá essa coragem. E o custo político que terá com isso.

Na última década já foram constituídos dois "comités de sábios" para estudarem a RTP e o serviço público. Uma no tempo de Morais Sarmento e outra no de Miguel Relvas. No essencial, as conclusões de ambos os grupos foram colocadas na gaveta. Que pessoas notabilíssimas e "genuinamente independentes" podem constituir a comissão?

Há em Portugal gente com essas características.

Coloco-lhe a pergunta de outra forma: que pessoas tão especiais é que os portugueses acharão indicadas para esse trabalho que nem sequer equacionem que são uns boys nomeados por um qualquer governo?

Não acredito que 100% das pessoas tenham essa perceção, mas acredito que temos em Portugal pessoas suficientes e com credibilidade reconhecida para desempenhar essa função. E que não estão lá pelas suas preferências ideológicas.

Essas pessoas serão nomeadas, serão cooptadas, serão eleitas, haverá um concurso público?

Como lhe disse, estamos a estudar esse processo. O fundamental é a escolha das pessoas.

A RTP é uma das empresas públicas mais escrutinadas em Portugal: responde perante a tutela, responde perante a Assembleia da República, responde perante a ERC, responde perante um Conselho de Opinião que representa mais de uma dezena de entidades, e tem ainda um Conselho para a Sociedade Civil que tem mais de 120 parceiros. Isto não é suficiente?

Aparentemente não é. E não é por causa do ruído que se gera à volta da RTP.

Mas, desculpe-me a incredulidade da minha pergunta, acredita que a RTP alguma vez deixará de ser ruído ou arma de arremesso político-partidária?

[sorriso] Não. Acredito que o ruído pode ser muito diminuído. É difícil haver mais ruído do que o habitual.

Portanto, a RTP não será o paraíso...

[gargalhada] Não, não será o paraíso.

Quando falamos em independência estamos a falar de informação, claro. Qual é a sua perceção: a RTP é independente?

[pausa] Acredito que sim, não tenho nenhuma razão para acreditar no contrário. Seguramente, são independentes de mim e deste governo. Desde que estou em funções, nunca falei com o diretor de informação da RTP, exceto quando visitei a empresa e falei com ele como falei com outros trabalhadores. De resto, nunca lhe falei, nunca lhe telefonei...

Portanto, aquela velha ideia de que há um telefone vermelho entre a presidência do conselho de ministros e a RTP é um mito urbano, ainda por cima injusto para os profissionais da casa...

[risos] Se há, alguém o tirou do meu gabinete. Eu não o tenho.

A RTP tem em tribunal um caso que o seu ex-diretor de Informação moveu contra a empresa. Nuno Santos, em entrevista à Notícias TV, disse que era uma pedra no sapato do diretor-geral e que sentiu várias vezes a incomodidade do seu antecessor, Miguel Relvas, quanto à informação da RTP.

Não me vou pronunciar sobre esse caso.

Já agora como avalia a forma como a RTP geriu o processo?

Também não me vou referir a isso. Não só é um assunto interno da empresa, como é matéria que está em tribunal e qualquer afirmação minha podia ser entendida como uma forma de pressão.

Qual é a avaliação do acionista em relação ao trabalho de Alberto da Ponte?

Tenho tido uma relação muito construtiva e assim espero continuar. O conselho de administração tem a minha confiança. E se alguma vez deixar de ter, será o primeiro a saber.

Alberto da Ponte manter-se-á ou não no cargo com a entrada de um novo modelo de governança?

A administração tem um mandato em curso, que vai cumprir, sendo que terá de submeter à aprovação do novo conselho geral do plano estratégico para a empresa.


AS AUDIÊNCIAS E A QUALIDADE

A administração colocou a fasquia de audiências nos 17% nos finais de 2013. Se a RTP não chegar a esse valor, isso coloca em risco a administração?

A RTP não se pode reger só pelas audiências e, portanto, isso não será matéria essencial na avaliação do trabalho da administração. O que eu gostaria é que o segundo canal, como uma forte ênfase na cultura, fosse o canal com o maior share em Portugal. O que é eu quero dizer com isto? Que eu não tenho nada contra audiências, mas também não é com base nisso que eu acho que a grelha da RTP deve ser definida. Não vou medir o sucesso da empresa por aí.

Miguel Relvas disse que a RTP tinha de ser um canal "não residual". Sendo que o novo contrato de concessão indica um primeiro canal mais generalista e concorrencial, que metas deve atingir no que toca a audiências?

[pausa] A RTP deve procurar concorrer, mas numa lógica diferenciadora.

Mas assume que tem de concorrer...

Tem de concorrer para regular esse mercado em termos de qualidade. Não concorrer com os mesmos produtos, com os mesmos formatos, com a mesma lógica das privadas.

A experiência mostra que para concorrer sem ser residual tem de ter concursos, novelas e música popular...

Mas é aí que a empresa vai ter de puxar por esta nova cultura que estamos a injetar e conseguir, pensando em novos formatos, criando mais massa crítica, interagir e conquistar os públicos.

Mas como criar massa crítica se a televisão generalista é cada vez mais vista pelas classes C e D?

O meu objetivo não é que a RTP tenha mais share do que os operadores privados. O que quero é que a RTP conquiste espectadores mas com novos formatos e de melhor qualidade.

Ter um concurso como o Quem Quer ser Milionário, ter uma novela ou ter comentário político com José Sócrates no Telejornal é a forma certa de lá chegar?

[sorriso] Não vou responder-lhe a isso. Não sou programador, nunca fiz qualquer sugestão de programação. Tenho, enquanto espectador, os meus juízos, mas estando agora na tutela, tenho de os guardar para mim.

Mas engoliu seguramente um sapo...

[sorriso] Não vou fazer comentários. É conhecida a minha opinião...

... por isso mesmo é que lhe pergunto.

Quando não era ministro, fiz certos comentários sobre José Sócrates e, portanto, isso é público, está escrito. Mas não me ouvirá uma palavra sobre isso [risos].

Percebo e respeito essa opção. Mas entende a opção do ponto de vista editorial...

[sorriso] O que acho é que a RTP deve concorrer numa lógica de conteúdos diferenciadores e de qualidade. Isso deve ser feito em todas as áreas. Mesmo na informação.

O senhor já disse hoje várias vezes que a RTP deve ser um "regulador da qualidade no audiovisual". Mas também já assumiu que tem de ser um operador concorrencial. Não é ingénuo pensar que isso é compatível?

Não. E vou dar-lhe um exemplo, abrindo uma exceção ao que é a minha forma de ser. Diz respeito não ao que a RTP faz, mas ao que a RTP não faz. Um programa como o Big Brother não acho que faça sentido na televisão pública.

Proponho-lhe um outro exercício: que programas das privadas gostaria de ver na RTP1?

[longa pausa] Eh pá, isso agora não é fácil, assim de repente... Mas posso dizer-lhe que sou um grande adepto de ficção de qualidade. Olhe, por exemplo, o Depois do Adeus ou o Conta-me como Foi foram produções de grande qualidade da RTP. Esse é o tipo de ficção que faz sentido num serviço público de televisão.


A TELEVISÃO DIGITAL TERRESTRE

Anunciou que quer um canal de informação com janelas regionais na TDT e um canal infantojuvenil. Porquê?

A RTP já tem, e é reforçado neste contrato de concessão, uma obrigação muito importante de ter uma programação muito relevante na área infantojuvenil...

... que a RTP1 deixou cair nos últimos anos nos dias úteis.

Mas está no contrato de concessão que isso tem de ser reforçado no contexto dos canais generalistas. Sendo que, ao mesmo tempo, tem de estudar a possibilidade de criar um canal infantojuvenil na TDT. Mas aí depende de uma avaliação que será feita pelo novo conselho geral.

E esse canal de informação com janelas regionais é a atual RTP Informação?

É uma RTP Informação renovada, de acordo com essa orientação estratégica. Entendo que a TDT deve alargar a sua oferta temática a pelo menos dois canais. A forma como esses canais serão atribuídos tem a ver com questões jurídicas e técnicas e depende de uma análise de mercado em Portugal. Até porque neste momento SIC e TVI já obtiveram autorizações da ERC para entrar na TDT em alta definição, mas não há espaço para o fazer. Não estão reunidas as condições técnicas.

SIC e TVI dizem que este seu projeto para a TDT é um fato à medida da RTP e ameaçam avançar para tribunal. O que é que os privados podem vir a ter na TDT?

Por isso mesmo é que eu disse que quero aprofundar a TDT e para isso é preciso ponderar as questões técnicas e jurídicas. É isso que vou fazer até ao início de Janeiro. Quero atender às várias solicitações que vêm dos privados, quero atender à análise técnica da Anacom e no respeito pelas decisões da ERC.

A expansão da RTP no cabo fica congelada para já?

Uma coisa não interfere na outra. A RTP pode avançar para a TDT e não deixar de investir no cabo.

Mas há dinheiro para tudo?

Têm de ser feitos estudos.

A RTP tem há dois anos definido o conceito, e até tem diretor, para um canal no cabo, o RTP Música...

É uma das áreas que está em estudo. E só avançará se for sustentável financeiramente.

No novo contrato de concessão está previsto que a RTP2 será um canal de enfoque cultural. Escreveu-se muito nas últimas semanas que é inspirado no modelo franco-alemão do Arte. É isso?

Há vários modelos desse tipo, não é o único. Para as pessoas perceberem, é isso que pretendo. Mas não vai ser só isso. Mas sim, a direção é que seja um canal cultural.


A NOVA RTP2

Só que o Arte tem um orçamento de 430 milhões para 2014 enquanto da RTP2 é 21 vezes mais pequeno, cerca de 20 milhões...

E os canais alemães públicos têm também orçamentos muito superiores aos nossos. Visto dessa forma, nunca se faria nada de novo porque a nossa escala é completamente diferente.

O anterior diretor da RTP2, Jorge Wemans, que tinha feito um grande trabalho nessa conceção mais cultural da RTP2, demitiu-se porque achou que sem dinheiro não era possível fazer mais?

Pois, mas é verdade que a RTP vai ter de fazer mais com menos. É um cliché mas é a verdade. Nós não somos a Alemanha nem a França. Não podemos ter um canal como o Arte, mas também não temos um canal público como a ZDF e a France Telévision. A nossa escala, a nossa dimensão é outra. Não temos, nem numa teremos os meios para fazer canais como esses.

Mas será um canal exclusivamente cultural? Enfim, calculo que não queira apenas ópera no canal, mas será um canal ligado só às artes ou a sua componente de sociedade civil executada no tempo de Manuel Falcão é para manter?

Não é exclusivamente cultural. Há muitas séries de ficção, que têm uma forte qualidade cultural, que cabem na nova RTP2. Não vou fazer aqui a grelha da RTP2, mas, por exemplo, Reviver o Passado em Brideshead parece-me que encaixa perfeitamente num canal de índole cultural. Cinema europeu e até cinema independente americano também cabem.

A PROMOÇÃO INTERNACIONAL

Falou-se muito da fusão entre a RTP África e a RTP Internacional. Essa ideia foi abandonada?

Sim, foi. Os dois canais vão manter-se e até é possível que venham a ser criados mais.

Mais? Mas descobriu uma mina de ouro na Marechal Gomes da Costa?

[risos] Não, há muita programação que pode ser partilhada. Tem é de ser dirigida de forma diferenciada para várias partes do globo.

Mas estamos a falar de quê? De uma RTP Brasil? De uma RTP Europa?

Isso hoje pode ser feito com um custo muito reduzido. E isso faz sentido porque a RTP passa a ter, no que toca à sua existência internacional, uma nova prioridade muito importante, que é a promoção económica e cultural de Portugal. Esta é uma prioridade. Nunca tinha sido, é agora. Mas não ignoramos que as antenas internacionais têm de continuar a ter um papel importante junto das comunidades internacionais e lusófonas.

Um só canal bem feito não cumpria essa função?

Não, são públicos diferentes com interesses diferentes.

Mas não havendo dinheiro, não é preciso fazer opções?

E nós estamos a fazer. Esta é uma das áreas estratégicas. É importante para o país. Consoante a área, a programação do serviço internacional deve ser diferenciada de acordo com as nossas necessidades. Estes canais internacionais têm de ser pensados a partir do zero.


O FUTEBOL

A RTP admitiu publicamente que gostava de ter futebol. Aliás, é público que tentou negociar com privados a compra de jogos da I Liga. Admite voltar a colocar um jogo de futebol semanal da I Liga na lista de eventos desportivos de interesse público?

Essa lista vai sair muito em breve. Peço desculpa mas seria incorreto da minha parte estar a anunciar isso aqui nesta entrevista. Nessa altura ver-se-á que eventos lá estarão. O que posso dizer desde já é que é claro para mim que a forma como a lista foi transposta da diretiva comunitária para a nossa legislação não permitiu a concretização prática dessas obrigações.

Isso significa o quê, em concreto?

Como lhe disse, a lista vai ser conhecida em breve. Mas também lhe digo que vamos ter de mexer na Lei da Televisão para garantir que aquilo que é definido como um evento que tem de ser transmitido em sinal aberto é realmente transmitido em sinal aberto. Um Estado e um legislador perde credibilidade se determina que um determinado evento é para ser transmitido em sinal aberto e depois não cria instrumentos jurídicos eficazes que o permitam.

Percebo que não queira abrir o jogo neste momento, mas parece-me que se a I Liga não voltasse à lista de que Miguel Relvas a baniu não me estaria aqui a dizer isso...

[sorriso] Vamos ter de esperar.

Está aqui a deixar implícito que a I Liga voltará à lista de eventos de interesse público. Ainda por cima se avança que vai precisar de mudar a Lei da Televisão. Essa sua preocupação só faz sentido porque as circunstâncias vão mudar. Parece-me legítimo este raciocínio...

[sorriso] ...

Mas do ponto de vista da perceção pública, há margem para a RTP ter futebol? O futebol é um produto caro, é um serviço prestado pelos privados. Se a RTP diz que lhe faltam 20 milhões para cumprir o serviço público como é que pode comprar futebol?

Percebo onde quero chegar e a sua insistência para tentar obter uma resposta que eu não quero dar. Não vou interferir sobre opções de programação da RTP.

Mas isto não é uma opção de programação da RTP. É uma questão de estratégia, quase de bom senso. Numa época de cortes profundos, quando até um despedimento coletivo é admitido pela administração, é sustentável do ponto de vista público que se gastem milhões no futebol?

O facto de uma empresa fazer um investimento num determinado produto que tem um custo não significa que isso seja uma perda financeira para a empresa. Porque esse custo pode ter uma contrapartida financeira superior. Esse é o juízo que a RTP deve fazer.


A CRISE E OS DESAFIOS

O sector da comunicação social atravessa uma profunda depressão há cinco anos, com a redução drástica dos valores do investimento publicitário, que caíram para níveis de há dez anos. Como vê a sustentabilidade do mercado?

É uma das preocupações que tenho tido há vários anos. A sustentabilidade do modelo financeiro da comunicação social passa muito pelas novas plataformas e pelos desafios que lhe são criados pela migração da mais-valia do negócio para os distribuidores e não para os produtores de conteúdos ou para quem os agrega. Estou convencido que estes novos negócios digitais e novas plataformas vão a médio e longo prazo trazer uma nova sustentabilidade financeira ao mercado.

Há uma década falava-se do boom da internet e ela não resultou na explosão de receitas comerciais que se previam. Há um crescimento claro, mas não suficiente para anular a queda do mercado tradicional.

Sim, mas é inevitável. O surgimento de novas plataformas como o Ipad vai permitir a muitos órgãos de comunicação social ter uma nova vida na internet. Os custos de produção diminuem e as pessoas vão ter um acesso muito fácil. Essa migração vai trazer sustentabilidade ao negócio. O problema são os custos de transição.

E é neste mercado instável e deprimido que se dá a crescente importância do peso do investimento privado estrangeiro, sobretudo angolano, nas empresas de media em Portugal? Preocupa-o ou acha uma inevitabilidade dos tempos e da globalização?

Eu não distingo capital privado estrangeiro de acordo com a sua nacionalidade. Não faço discriminações desse tipo.

Nem eu. Apenas lhe falei do investimento angolano porque é aquele que tem estado mais ativo no mercado...

O fundamental é termos regras internas que garantam duas coisas: primeiro, os princípios éticos, deontológicos, de autonomia editorial, da liberdade de imprensa e pluralismo têm de ser garantidos. Independentemente de quem é o proprietário, isso tem de ser garantido. Seja português, seja estrangeiro. Até porque às vezes, os estrangeiros até podem ser melhores do que os portugueses no respeito por esse tipo de questões. Não podemos presumir isso. Segundo aspeto: para o próprio leitor contextualizar o que está a ler, é preciso haver grande transparência quanto à propriedade do título e o código de conduta e deontológico que aquele órgão de comunicação segue na sua linha editorial.

Publicamente pelo menos um desses grupos angolanos, a Newshold, manifestou interesse na aquisição da RTP, quando o seu futuro era ainda uma incógnita. Já agora, pode garantir aos portugueses que a privatização da empresa é um assunto definitivamente encerrado e nos próximos anos não voltaremos a ouvir falar dele?

Posso. Até ao fim da legislatura, enquanto eu estiver no Governo, embora este seja um compromisso do próprio executivo, não haverá qualquer privatização. Aliás, nem faria sentido isso numa fase em que estamos a apresentar um novo contrato de concessão do serviço público.

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Mensagem por Jnpc Sex 18 Out 2013 - 14:45

aTV escreveu:«Bem-vindos a Beirais» e «Pai à Força» emitidos no Canadá

Depois de ter já conquistado terras do Oriente com a Cidade Despida e Voo Directo, com a venda para a Astro Drama, com emissão nos territórios de Singapura, Malásia e Brunei, as séries de ficção nacional da RTP voltam a ser emitidas no estrangeiro.

A partir de novembro, no Canadá, ICI, o novo canal de Québec, no estado de Montreal as séries Bem-vindos a Beirais e Pai à Força surgem na grelha do canal. O contrato com o canal de cabo canadiano terá a duração de um ano.

A série Bem-vindos a Beirais vai ter a exibição de 100 episódios com 42 minutos cada e a série Pai à Força conta com 92 episódios de 50 minutos de duração.

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Mensagem por Jnpc Qua 30 Out 2013 - 19:15

Zapping escreveu:Polémica: RTP contradiz Sport TV e intitula-se a estação oficial dos Jogos Olímpicos

A RTP comprou os direitos de transmissão dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro à Sportfive, a agência oficial que é mandatada pelo Comité Olímpico Internacional para a venda dos direitos.

A estação pública emitiu uma nota onde se pode ler que é a televisão oficial dos ‘Jogos Rio 2016′, o maior evento desportivo do planeta.

A estação pública vai transmitir as cerimónias de abertura e encerramento, como é tradição e ainda uma modalidade exclusiva em directo. Para além destes momentos, estão previstas 200 horas de Jogos Olímpicos espalhados por todos os canais RTP.

A RTP contradiz desta forma a Sport TV, que ontem anunciou a compra dos direitos televisivos dos Jogos Olímpicos Rio 2016 e também dos Jogos Olímpicos de Inverno Sochi 2014 (que se realizam na Rússia) e intitulou-se a estação oficial do evento em Portugal.

DN escreveu:RTP vai transmitir Jogos Olímpicos em canal aberto

A RTP esclareceu hoje que detém os direitos de transmissão televisiva dos Jogos Olímpicos 2016, no Rio de Janeiro, e que vai transmitir 200 horas do evento desportivo em sinal aberto e gratuito.

O esclarecimento da RTP surge um dia depois da SportTV, canal de desporto codificado, ter anunciado que será a televisão oficial em Portugal dos Jogos Olímpicos de Inverno Sochi' 2014 e dos Jogos de Verão Rio' 2016.

"A RTP concluiu recentemente o processo de aquisição dos direitos de transmissão televisiva dos Jogos Olímpicos 2016, no Rio de Janeiro, pelo que é Televisão Oficial dos Jogos Rio 2016", diz o comunicado da RTP, especificando que o canal adquiriu "os direitos exclusivos de transmissão na TV portuguesa das Cerimónias de Abertura, Encerramento e uma modalidade à escolha e cuja transmissão em direto, em Portugal, só ocorrerá na RTP".

A RTP adquiriu ainda os direitos exclusivos para exibir em canal aberto, "em direto ou diferido", 200 horas dos Jogos Olímpicos de 2016, "que é mais do que alguma vez foi transmitido em canal aberto na TV portuguesa".

"Por opção, justificada pela ausência de atletas portugueses de relevo e pela inexistência duma prática consolidada das modalidades de inverno em Portugal, a RTP optou por não adquirir quaisquer direitos de transmissão dos Jogos Olímpicos de Inverno Sochi' 2014", justifica a nota.

O canal público terá também os direitos exclusivos dos Jogos Paralímpicos do Rio de Janeiro 2016.

"Como sempre na sua longa história, a RTP será o único canal em condições de oferecer gratuitamente aos portugueses o melhor e o mais relevante dos Jogos Olímpicos", conclui o comunicado.

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Mensagem por Jnpc Sex 1 Nov 2013 - 16:47

DN escreveu:Lisboa convoca realizadores do Porto para fazer 'day time'

'Praça da Alegria' e 'Portugal no Coração', em Lisboa, estão a ser realizados por profissionais da Invicta, fruto de saídas voluntárias da estação. Administração da RTP desmente sindicatos e diz que não está em causa o fim da produção própria.

Os programas de day time da RTP têm vindo a ser feitos, desde o início da semana, por um realizador que se deslocou da RTP Porto para Lisboa. E a situação, avançam ao DN, pode estender-se por mais uma semana. Na base desta decisão está o facto de as saídas voluntárias no departamento de produção terem aumentado, e provocado um vazio, na semana passada como sequência, relataram várias fontes ao DN, "das declarações da Administração na Comissão de Ética" segundo as quais o administrador António Beato Teixeira vincava que "a atividade prinicipal" da RTP "não foi, não é, não será a de produzir programas de televisão".

A cúpula da direção de produção da RTP apresentou demissão, mas não tem sido possível obter qualquer declaração do seu antigo diretor, João Nuno Nogueira. A externalização de até 300 funcionários para uma empresa de produção a ser posteriormente vendida e o focalização da RTP como promotora da produção independente levou os sindicatos a declarar, em nota enviada às redações, que "se o objetivo fosse levado à prática, colocaria em causa no imediato, o futuro da RTP e do Serviço Público de Rádio e Televisão, tal como consagrado constitucionalmente." Uma posição que surgiu na sequência de, escreveram, ter sido referido, em reunião com a administração, que "o projecto de contrato de concessão de serviço público implicará o fim absoluto da produção própria da RTP, passando esta a emitir exclusivamente programas comprados a outros".

A administração da RTP, em esclarecimento, sublinhou que" no diálogo mantido com os Sindicatos em momento algum afirmou que o projecto do Contrato de Concessão de Serviço Publico implicará o fim absoluto da produção própria". A administração da RTP afirmou, na mesma nota, que o contrato de concessão em discussão pública "mantém na empresa a produção de informação e refere a necessidade de analisar a forma como a RTP poderá actuar como regulador no mercado de produção, sendo clara a orientação do Concedente de externalização da produção".

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Mensagem por Jnpc Sex 8 Nov 2013 - 14:59

JN escreveu:RTP terá um canal no Porto, defende Poiares Maduro

O ministro Adjunto e do Desenvolvimento Regional reiterou, esta quinta-feira, que a RTP deve ter um "centro de massa crítica" no Porto, que "deve corresponder a um canal".

Miguel Poiares Maduro falava na Assembleia da República, no âmbito da discussão na especialidade do Orçamento do Estado para 2014 (OE2014).

"É claro para mim e essa é a orientação estratégica" dada à administração da RTP de que "o Porto tem de ter um centro de massa crítica", o qual "deve corresponder a um canal".

Ou seja, "implica que não seja simplesmente um centro de produção".

Poiares Maduro adiantou que sugeriu que fosse ponderado que a RTP Internacional fosse instalada no Porto, mas sublinhou que isso será discutido no âmbito do grupo de trabalho para refletir o serviço internacional.

Sobre a Televisão Digital Terrestre (TDT), o ministro reiterou que tem "de haver um alargamento de canais", mas que "a escolha não compete ao Governo, é competência de outras entidades, nomeadamente da ERC [Entidade Reguladora para a Comunicação Social], e depende de questões jurídicas complexas".

Sobre o financiamento da RTP passar a ser através da Contribuição Audiovisual, deixando de receber indemnização compensatória a partir de 2014, Miguel Poiares Maduro apontou duas vantagens: "totalmente transparente e visível" para os cidadãos e "independência face ao poder político".

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Mensagem por Jnpc Ter 12 Nov 2013 - 13:11

DN escreveu:Governo recebeu 109 propostas para futuro da RTP

O Governo recebeu 109 propostas no processo de consulta pública sobre o contrato de concessão da RTP, sendo mais de 80% de cidadãos individuais, divulgou ontem o gabinete do ministro Adjunto e do Desenvolvimento Regional.

"Recebemos propostas das principais instituições ligadas ao audiovisual, mas também de muitos cidadãos que desejaram participar nesta discussão sobre o futuro do serviço público de media em Portugal", lê-se no comunicado divulgado pelo gabinete do ministro Miguel Poiares Maduro.

Segundo a mesma fonte, "mais de 80% dos contributos são de cidadãos individuais", sendo os restantes de "instituições relacionadas com o sector".

A consulta pública contou com contributos de "vários funcionários" e de antigos trabalhadores da RTP, dos sindicatos e da Comissão de Trabalhadores, tendo o Governo recebido ainda "propostas de produtoras independentes e de profissionais ligados ao meio".

De acordo com o ministério tutelado por Poiares Maduro, os contributos "não se limitaram ao contrato de concessão", tendo surgido propostas que incluíam "o apelo à entrada de mais canais da RTP na TDT", mas também "críticas sobre o aumento da Contribuição para o Audiovisual ou às responsabilidades de programação imputadas à RTP2".

A próxima fase, acrescenta a mesma fonte, será a compilação da informação recebida e a preparação da proposta final do Contrato de Concessão da RTP, que vigorará nos próximos 16 anos.

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Mensagem por Love Sex 6 Dez 2013 - 13:57

Sónia Araújo ganha novo programa na RTP

Sónia Araújo ganhou espaço na televisão pública em 1996, ao apresentar o programa Praça da Alegria ao lado de Manuel Luís Goucha. Depois da saída do apresentador para a TVI, Sónia manteve-se na condução do formato até ao início deste ano, ao lado de Jorge Gabriel, de onde saiu para dar lugar à dupla composta por João Baião e Tânia Ribas de Oliveira.

Mantendo-se a fazer dupla com Jorge Gabriel, Sónia Araújo apresenta, atualmente, o Aqui Portugal nas tardes de sábado da RTP1. No entanto, este não será o único formato que a apresentadora irá conduzir. Brevemente, Sónia Araújo irá estar à frente de um novo formato no mesmo canal da estação pública. «Há aí um novo programa na calha, mas não posso falar ainda sobre ele», revelou à TV 7 Dias.

Em 2009, a RTP1 apostou em Sónia Araújo para apresentar um programa em horário nobre. A apresentadora conduziu, a solo, o Família, Família, formato que teve duas temporadas na estação pública.

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Mensagem por Jnpc Qui 12 Dez 2013 - 21:09

Zapping escreveu:Alberto da Ponte garante que a RTP1 vai estar nos 22% daqui a um ano

O presidente do Conselho de Administração da RTP, Alberto da Ponte, afirmou esta semana, em Coimbra, que a RTP1 tem que ter uma audiência de 22% em janeiro de 2015, frisando que o operador não quer ser líder do mercado nacional.

«O operador de serviço público tem que ter a preocupação de ser relevante e imprescindível», referiu Alberto da Ponte, estando confiante que se atinja os 22% de audiência, depois de a RTP «ter saído, com dignidade e futuro, do fundo de onde bateu».

O novo contrato de concessão, que deverá ser assinado até ao final do ano, vem trazer «estabilidade ao operador de serviço público», disse Alberto da Ponte, em declarações à comunicação social, à margem do colóquio ‘Os desafios dos media de serviço público’, que decorreu esta semana no Auditório da Reitoria da Universidade de Coimbra.

O presidente do Conselho de Administração da RTP salientou a necessidade de o operador ser «a melhor equipa audiovisual portuguesa», apostar na «inovação» dentro da área e «incrementar o contacto com os cidadãos», ao mesmo tempo em que se tem que «fazer mais com menos».

Alberto da Ponte sublinhou também que a RTP foi «objeto de ataques injustos e disparatados», ao longo dos últimos dois anos, considerando que «poucas marcas teriam resistido».

A RTP é «uma marca muito resiliente e o seu principal ativo é o carinho que os portugueses têm por ela», referiu.

Quanto ao futuro da RTP2, Alberto da Ponte afirmou que a mesma terá «que regressar aos seus bons tempos», com uma grelha mais orientada para as minorias e desporto, sendo que essa mudança deverá ser apresentada em fevereiro de 2014.

A participação da sociedade civil na RTP2 «será reforçada» e «80% da produção será feita no norte do país».

O presidente da RTP defendeu ainda que a RTP Informação tem que ser «diferenciadora», apostando-se na «vertente da proximidade».

(Com Lusa)

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Mensagem por david silva Qui 12 Dez 2013 - 22:16

A RTP1 a fazer 22%??? Quer dizer que vamos ter a RTP1 a liderar as audiências em 2015... :violino:

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Mensagem por Love Sáb 28 Dez 2013 - 15:18

Última Hora: Diretor de informação da RTP demite-se

Paulo Ferreira apresentou hoje a demissão do cargo de diretor de informação da RTP. O pedido de demissão, noticiado no Telejornal desta noite, foi aceite pela administração da empresa. José Manuel Portugal, atual diretor-adjunto para a área internacional de televisão e de rádio, foi convidado para suceder a Paulo Ferreira, e aguarda parecer prévio não vinculativo da Entidade Reguladora da Comunicação Social.

Na origem desta decisão poderão estar as difíceis relações entre Paulo Ferreira e vários profissionais da RTP. Em outubro deste ano, os jornalistas da estação pública decidiram retirar a confiança ao Diretor de informação, acusando-o de criar listas de mobilidade de jornalistas que temiam poder vir a ser usadas para despedimentos. Em novembro, os sindicatos da RTP pediram a demissão de Paulo Ferreira na sequência de comentários sobre o processo de rescisões.

Paulo Ferreira estava no cargo há pouco mais de um ano. Substituiu Nuno Santos em novembro de 2012 após a demissão deste, na sequência do caso das imagens dos confrontos em frente ao Parlamento.

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Mensagem por Paulo Andrade Sáb 28 Dez 2013 - 16:09

Vai tarde... Nunca deveria ter sido nomeado, e assim que ponderou um programa de comentário político com José Sócrates deveria ter sido demitido!

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Mensagem por Nick Name Sáb 28 Dez 2013 - 17:03

Pois.

Não sei o que estão à espera para dar o lugar a alguém de jeito.
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Mensagem por john_123 Sáb 28 Dez 2013 - 21:26

Ele também só deve ter sido saído agora, depois de lhe garantirem lá o cargo de gestor/diretor de inovação em informação...

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Mensagem por Jnpc Seg 20 Jan 2014 - 18:16

CM escreveu:RTP não revela custos de grelha

Televisão pública esconde orçamento previsto para os seus dois canais em sinal aberto em 2014, mas documento aponta para 75 milhões de euros.

A RTP não revela os custos previstos para as grelhas de programação da RTP 1 e RTP 2 em 2014. Questionada pelo CM, a empresa pública diz apenas que "a apresentação dos orçamentos para 2014 será conhecida aquando da apresentação pública do Relatório e Contas do ano em análise", ou seja, apenas em meados deste ano.

Ainda assim, segundo o Plano de Sustentabilidade e Redimensionamento da RTP, elaborado no início de 2013, os dois canais da televisão pública deverão ter um orçamento de 75 milhões de euros para o corrente ano, menos 1% que em 2013. O documento adianta ainda que, em 2015, os custos de grelha deverão subir 1%, para os 76 milhões de euros, e em 2016 sobem novamente, desta feita 2%, para os 77,2 milhões.

Recorde-se que, em 2013, os custos de grelha dos dois canais em sinal aberto da RTP situaram-se na ordem dos 76 milhões de euros: 54 milhões para a RTP 1 e 22 milhões para a RTP 2. Estes valores representaram uma descida significativa em comparação com 2012, ano em que os canais da RTP tiveram um custo de grelha de 96,5 milhões de euros.

De lembrar que, em 2014, o grupo RTP terá de viver com um orçamento de cerca de 200 milhões. Além dos gastos com a grelha, os custos com pessoal representam a maior fatia do orçamento. Em 2013 serão de 76 milhões e, em 2014, deverão descer para 55 milhões.

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Mensagem por LFTV Seg 20 Jan 2014 - 18:48

Podem revelar os custos, mas não os precisam de os ir revelar logo.
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Mensagem por david silva Seg 20 Jan 2014 - 23:43

Como é que a RTP2 com aquela M#$## de programação teve um orçamento de 22 milhões o ano passado?

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