Curiosidades audimétricas!

Zapping escreveu:Para os ‘donos da publicidade’, «a medição das audiências está melhor do que nunca»

Para a APAN (Associação Portuguesa de Anunciantes), «as audiências estão melhores do que nunca». A associação é um dos três vértices da CAEM. A Comissão de Análise e Estudo de Mercado é formada pelos representantes dos meios, agências e anunciantes.

A presidência da CAEM é rotativa. Cabe, em cada mandato, a um representante dos meios (RTP, SIC, TVI, MEO, ZON…), depois das agências e, por fim, dos anunciantes.

Atualmente vive-se uma presidência vinda do âmbito dos meios (Luís Marques), mas a cúpula seguinte vai chegar da área dos anunciantes, ou seja, a APAN. Este organismo vem agora defender, como já o fez noutras ocasiões, a legitimidade do atual sistema de medição e quer, de resto, que ele vá ainda mais longe.

Quando terminar esta polémica à volta da medição GfK, a APAN quer que a CAEM crie condições para a medição através de um sistema de métrica para as audiências do digital e do outdoor.

A elaboração de um sistema de medição para o outdoor já faz, de resto, parte dos planos da APAN há dois anos, razão pela qual a elaboração de um caderno de encargos que permita avançar com uma consulta ao mercado está mais avançada. Mas, com o investimento médio no digital a crescer, este tema assumiu uma importância redobrada.

Manuela Botelho, secretária-geral da Associação Portuguesa de Anunciantes, não descarta a possibilidade de lançar um concurso para digital e outdoor em simultâneo, aproveitando o «enorme estofo» ganho com o concurso para a medição de audiências de televisão, um processo que admite ter sido muito complexo.

Ao Diário Económico a responsável diz que «para os anunciantes, as audiências estão melhores do que nunca. Hoje, qualquer um dos membros da CAEM sabe exatamente como está o painel, os ajustamentos que ainda há por fazer são pequenos e em nada vão afetar a medição».

Os anunciantes são quem sustentam, em última análise, toda a publicidade gerada em televisão e por isso qualquer que seja a posição da APAN, esta tende a ser seguida, pois só se pode gerar receitas caso a associação de anunciantes confie no sistema de medição e o dê como fiável para poder pagar aos meios os ratings gerados pelos mesmos.

O sistema de medições atual está envolto em polémica desde que foi criado, mas contou sempre com o apoio da APAN que sempre conferiu mais fiabilidade neste sistema e o considera o melhor de sempre.

Mesmo que outros dados sejam divulgados por alguns meios (a TVI divulga dados Marktest), para a Associação que congrega os anunciantes não há outra «moeda de compra e venda de espaço publicitário ou outra ferramenta que não seja os dados da GfK».

Jornal de Negócios escreveu:GfK abandona Ucrânia acusada de manipulação

A Nielsen será a empresa que medirá as audiências na Ucrânia, substituindo a GfK, recentemente acusada por um operador de televisão local de manipular os resultados das audiências, refere a imprensa ucraniana, citada por meios especializados.

A GfK tinha um contrato até 2014 com a TIC, entidade que regula a medição de audiências na Ucrânia, que havia sido renovado em 2011. Agora, com a mudança, termina uma relação de mais de dez anos que a GfK, empresa que mede actualmente as audiências em Portugal, tinha com o mercado de televisão e de anunciantes da Ucrânia. “Não há razão para suspeita, porque os resultados estão correctos. Utilizamos todos os procedimentos que estão estipulados. Só que criou-se uma atmosfera no mercado em que não havia consenso acerca dos dados”, afirmou Dominique Vancraeynest, director da unidade de desenvolvimento de negócio global da Gfk.

A queixa partiu da Ru.Music TV, cujo director Rudolf Kirnos, garantiu, em Maio de 2012, ter provas de que os resultados produzidos pela empresa alemã estavam a ser manipulados. Apesar de tudo, depois de uma investigação encomendada pela GfK à Kroll, não ficou provado que a empresa de medição de audiência deturpou os resultados. “As investigações não provaram que os resultados foram manipulados. Aconteceram situações nas audiências que não são típicas e que são difíceis de explicar”, garante Vancraeynest.

O responsável da Ru.Music TV afirmou ainda que algumas famílias do painel da GfK foram subornadas para alterarem os seus hábitos de consumo de televisão. “Em dez anos, é importante dizer, o painel funcionou bem na Ucrânia, não tendo havido qualquer suspeita. Isto parte de uma pequena televisão, que tem 0,5% de share, que diz ter audiência mais altas do que realmente tem”, observa o responsável.

A GfK iniciou, em Portugal, a medição há cerca de um ano, num processo que envolveu polémica desde o concurso lançado pela Comissão de Análise de Estudos de Mercado. Assim que o sistema da GfK entrou em vigor, a RTP queixou-se das suas audiências estarem abaixo da realidade, devido, segundo alegou, ao facto de as populações mais velhas estarem subrepresentadas na amostra. Esta queixa conduziu, inclusive, à realização de uma auditoria encomendada pela RTP. Sobre esta matéria, Dominique Vancraeynest diz: “Faço um apelo aos players do mercado, televisões, anunciantes e agências de meios. Só é possível estabilizar o sistema criando unidade e confiança”.

CM escreveu:Audiências ainda sem estabilidade

Luís Marques, presidente da Comissão de Análise de Estudos de Meios (CAEM), está "otimista" em relação à conclusão do processo de alteração do sistema de medição de audiências.

"É preciso ter sangue-frio. Há muita polémica, mas o interesse da CAEM e a sua missão é gerir este processo a contento de todos os parceiros, independentemente da satisfação de um ou de outro", afirma o também diretor-geral da SIC ao CM. O responsável acredita que "seria dramático, numa altura de crise, que o mercado estivesse sem audiências" e adverte que "a obrigação de cada operador não é criar instabilidade, mas estabilidade". Luís Marques sublinha que "o que cada operador tem de fazer é ajustar a oferta" à nova realidade. "A SIC está a fazê-lo, espero que os outros também", acrescenta.

Pedro Norton, presidente executivo da Impresa, dona da SIC, também rebate as críticas ao sistema da GfK, em vigor desde março de 2012, e diz ser "injusto" afirmar que foi a mudança que contribuiu para a melhoria das audiências do canal de Carnaxide no último ano. "Já estávamos a crescer no painel anterior", sublinha.

Na semana passada, a CAEM, que congrega meios, agências e anunciantes, reuniu-se para analisar o relatório final sobre o plano de correções ao sistema de audiências da GfK (que terminou a 28 de fevereiro), não se atingindo um consenso.

Contactadas pelo CM, a RTP e a TVI, que mais contestam a medição em vigor, recusaram-se a comentar o assunto.

Económico escreveu:TVI propõe que Price avalie audiências das televisões

Correcções sugeridas pela consultora ainda em curso. Comissão da CAEM reúne hoje.

A TVI tem dúvidas sobre a medição das audiências em televisão pela GFK e quer que uma auditora valide o painel. Em concreto a PriceWaterhouseCoopers (PWC), que já fez uma auditoria às medições de audiência da GFK e que sugeriu correcções.

"A TVI, para bem do painel, do mercado, da transparência de todas estas questões, defende que que seja feita uma validação pela Price, que foi a empresa que fez uma auditoria e detectou estas anomalias que depois foram alvos das correcções e ajustes", disse ao Diário Económico Luís Cunha Velho, director-geral da TVI. "Isso permite transparência, independência e uma validação de todas as alterações e correcções que foram identificadas no início."

A GFK é a responsável pela medição das audiências de televisão - a par com a Markest - desde Março de 2012, tendo sido escolhida através de um concurso lançado pela Comissão de Análise e Estudos do Meio (CAEM), debaixo dos protestos da TVI e da RTP. A SIC, a APAN e a CAEM, liderada por Luís Marques, da SIC, defendem a GFK. Portugal Telecom (PT) e ZON, que são simultaneamente distribuidores de conteúdos e anunciantes, mantiveram-se afastados da guerra.

Apesar da estação de Queluz continuar a ser líder nas duas medições, o director-geral da TVI adianta que "a diferença na GFK face à Marktest é de três pontos em Março acima da concorrência e de 1,2% no acumulado do ano".

As dúvidas no rigor do painel são sobretudo a nível das idades, nos mais jovens e nos mais idosos e também na dimensão do agregado familiar. "No último relatório há sobredimensionamento nas idades mais jovens e subdimensionamento nas pessoas de mais idade", defende Luís Cunha Velho, referindo que estes são apenas os casos mais gritantes.

No seguimento da primeira auditoria feita pela PWC, a GFK avançou com alguns reajustes ao painel mas a TVI garante que "não foi feita uma renovação. Nestes últimos 12 meses o novo painel tem feito sucessivas correcções que ainda não estão sinalizadas, desde o agregado familiar à distribuição geofráfica." Luís Cunha Velho acredita mesmo que o actual painel não é representativo da população portuguesa. A realização de alguns ajustamentos foi, de resto, pedida por membros da CAEM, que representa as televisões, os anunciantes e as agências de meios, como já noticiou o Diário Económico.

Hoje, o conselho técnico consultivo (CTC) da CAEM deverá abordar a questão mas o director-geral da TVI recorda que este organismo tem apenas funções consultivas e que "não terá condições para decidir porque não tem ferramentas que permitam tirar qualquer conclusão". Por isso mesmo, a TVI já enviou uma cartaà CAEM a manifestar a sua posição, conclui o director da estação de Queluz.


Três perguntas a...

Luís Cunha Velho - Director da TVI

"Há mais associados a partilhar do desconforto"

A TVI defende "transparência e independência" na medição das audiências pela GFK, garantindo que não estão a ser medidos dados representativos da população portuguesa.

Como avalia a primeira semana do novo painel?

O painel não era, na nossa opinião, representativo da população portuguesa, nas idades e nas dimensões do agregado familiar. A transparência e independência são dois vectores importantes e acreditamos que só com uma validação externa, feita o mais rapidamente possível, é que esses dois indicadores poderão acalmar e tranquilizar o mercado.

Existem contactos com a RTP para outro tipo de medição?

O que queremos é um painel com que o mercado se sinta confortável. O painel tem de ser independente, transparente e respeitar o Census 2011 em todas as vertentes para que haja uma aceitação do mercado.

Ha outros associados da CAEM a partilhar deste desconforto?

Há mais associados que partilham de algum desconforto mas não gostaria de falar pelos outros. Este desconforto que a TVI tem não é um desconforto pessoal perante a medição, é um desconforto do painel perante do mercado, que torna difícil a aceitação nos moldes em que ela está a ser feita. É um problema que existe, é reconhecido por todos e os ajustes já deveriam ter sido feitos. Andamos nisto há cerca de um ano.

Briefing escreveu:Painel da GfK aprovado pela CAEM

A CAEM – Comissão de Análise de Estudos de Meios validou o novo painel da audimetria da empresa GfK. A decisão foi tomada em reunião conjunta entre a direção daquela entidade e a secção técnica de TV (CTC TV).

A validação respeita ao chamado PAC 2012 – o Plano de Acção e Correcção que foi desencadeado, em meados do ano passado, com o objetivo de atender a reclamações de alguns associados daquela entidade.

Na reunião de ontem, as várias secções da CAEM e os operadores de TV foram chamados a pronunciar-se sobre o painel e a votar a sua aceitação.

APAN – Associação Portuguesa dos Anunciantes, APAME – Associação Portuguesa das Agências de Meios, RTP, SIC, ZON e MEO validaram o painel, enquanto a TVI manteve as suas dúvidas e pediu novas datas para futura avaliação do PAC 2012.

A direção da CAEM vai reunir-se na sexta-feira para aprovar esta validação.

Entretanto, a TVI contactou o Briefing para esclarecer a sua posição, que é a seguinte: "A TVI não valida o atual painel da GFK , dado que entende ser necessária uma verificação por uma entidade externa, sobre a concretização das correções solicitadas, após auditoria ao painel da GFK. Nesse sentido, de forma a tornar o sistema de medição de audiências , transparente, independente e por consequência credível para todos os operadores do mercado , torna-se imprescindível uma avaliação independente do painel, que deverá ser efetuada pela PwC, empresa responsável pela auditoria realizada em 2012".

Económico escreveu:RTP defende auditoria da Price ao painel da GfK

Televisão pública coloca-se ao lado da TVI, que já tinha defendido a necessidade de avaliar o painel de medição de audiências.

A RTP quer que a PriceWaterhouseCoopers (PWC) valide o painel da GfK, uma posição que vai ao encontro da que já tinha sido defendida pela TVI no início da semana.

"O plano de acção e correcção imposto pela Comissão de Análise e Estudos do Meio (CAEM) à GfK deve ser validado por uma entidade independente, de preferência a mesma que durante o ano passado, na realização da auditoria, detectou os erros", disse ao Económico fonte oficial da televisão pública.

A administração de Alberto da Ponte coloca-se assim ao lado da TVI. Luís Cunha Velho, director da TVI, defendeu, em declarações ao Económico, uma auditoria da PWC para assegurara a "transparência, independência e uma validação de todas as alterações e correcções que foram identificadas no início".

Recorde-se que as dúvidas acerca do rigor do painel residem sobretudo na representatividade das faixas etárias mais novas e mais velhas e na dimensão do agregado familiar.

A posição da RTP é conhecida depois de, ontem à tarde, o conselho técnico consultivo (CTC) da CAEM ter estado reunido para analisar esta questão. Na sexta-feira, é a vez da direcção da CAEM se encontrar, altura em que este organismo poderá decidir se a auditoria proposta pelas duas estações avança.

Económico escreveu:Validação da Price ao painel da GfK não deverá ter apoio da CAEM

Na reunião do conselho técnico consultivo da CAEM, só a TVI não validou o novo painel.

O dia de hoje poderá ditar o fim da polémica em torno da medição das audiências de televisão, caso a verificação ao painel da GfK pedida pela TVI e pela RTP não tenha apoio para avançar. A direcção da Comissão de Análise e Estudos do Meio (CAEM) reúne esta tarde para validar o painel, após as correcções efectuadas na sequência da auditoria da PriceWaterhouseCoopers (PWC).

De acordo com a acta da última reunião do conselho técnico consultivo (CTC) da CAEM, a que o Diário Económico teve acesso, só a TVI não validou o painel, argumentando que "há aspectos que não foram cumpridos" e que "não se sente confortável com o painel". Já a RTP, que esta semana também veio defender a auditoria "por uma entidade independente", validou o painel, apesar de considerar que alguns pontos "ainda não estão totalmente cumpridos" e que "nunca abandonará a sua posição no que diz respeito à procura de representatividade de todas as faixas etárias".

CM escreveu:Audiências da GfK são válidas

A proposta da RTP e TVI, de intervenção da Price no processo de avaliação do Plano de Ação de Correção no processo de avaliação da medição de audiências, foi rejeitada pela Comissão de Análise de Estudos de Meios (CAEM). A polémica em torno da medição de audiências deverá, assim, chegar ao fim.

Em comunicado divulgado esta terça-feira, a CAEM rejeita a intervenção da auditora Price em três seções - anunciantes, agências e meios - e considera "válido o painel apresentado pela GfK" em 13 de março de 2013, pelo que irá "proceder à aceitação expressa do Serviço de Medição de Audiências de Televisão da GfK".

Diz ainda o documento, que foi também deliberado por unanimidade apresentar à GfK, "uma 'agenda prioridades' para implementação a curto e médio prazo, visando aspectos técnicos considerados chave para o reforço da qualidade do serviço de medição de audiências de televisão".

Em conclusão, a comissão espera que a presente deliberação seja "um passo decisivo na consolidação do serviço de mediação de audiências de televisão e para a correspondente estabilização do mercado publicitário que utiliza como suporte este meio de comunicação social".

A CAEM, presidida por Luís Marques, também diretor editorial da SIC, lembra que o contrato celebrado com a GfK data de 18 de abril de 2011.

CM escreveu:RTP e TVI juntas contra rejeição da análise à GfK

A RTP e a TVI continuam unidas contra a Comissão de Análise de Estudos e Meios (CAEM) e a GfK, presidida por António Salvador.

Ontem, a entidade revelou ter recusado a proposta da RTP e da TVI para que a PricewaterhouseCoopers fizesse uma verificação final às mudanças no painel de audiências da GfK. Em resposta, as duas estações, em comunicado, anunciaram que não vão desistir da luta para "melhorar" o sistema.

"A TVI não pode aceitar esta posição da CAEM" e está a "analisar quais as diligências legais adequadas para defender os seus interesses legítimos".

A RTP também não "entende esta decisão" e garante que "continuará a pugnar, pela representatividade global do painel" de audiências da GfK.

CM escreveu:TVI impugna decisão da CAEM

Estação de Queluz emite comunicado com decisão

A TVI emitiu esta quinta-feira um comunicado no qual confirma que vai impugnar a decisão da Comissão de Análise de Estudos e Meios (CAEM) de recusar a proposta para que a PricewaterhouseCoopers fizesse uma validação final ao novo painel de audiências da GfK, como o CM noticiou.

“Uma vez que a Direção da CAEM decidiu recusar o pedido da TVI e da RTP de realização desta auditoria e, bem assim, decidiu aceitar os serviços prestados pela GfK, a TVI informa que irá impugnar tais decisões, mediante a apresentação de recurso das mesmas, perante a Assembleia Geral da CAEM”, escreve a estação da Media Capital.

A TVI, que recorda ser “líder incontestável de audiências em ambos os painéis de audimetria em atividade em Portugal”, diz estar disponível para “suportar no todo ou em parte” os custos da verificação, “desde que o resultado de tal auditoria seja vinculativo para a CAEM e todos os seus associados”.

O canal afirma ainda que o seu único objetivo é “contribuir para a transparência e fiabilidade de funcionamento do mercado, bem como para a credibilidade da medição de audiências em Portugal”.

A RTP também já tomou uma posição sobre o tema, reafirmando que “é fundamental a realização de uma auditoria independente”. A estação pública diz não compreender a decisão da direção da CAEM, presidida por Luís Marques, administrador da Impresa, dona da SIC, referindo em comunicado que, “em sede própria, irá opor-se a essa mesma decisão”.

CM escreveu:Guerra aberta nas audiências

Está aberta a guerra entre a TVI e a RTP e a Comissão de Análise de Estudos de Meios (CAEM), presidida por Luís Marques, também administrador da SIC.

A TVI já decidiu "impugnar" a decisão da CAEM, que validou o painel da GfK e as suas correções, recusando a verificação exigida pela TVI e RTP.

Miguel Pais do Amaral, presidente da dona da TVI, responsabiliza a CAEM por perdas de 5 a 10 milhões de euros. À Lusa afirma que este "não é o painel adequado".

A empresa está mesmo disponível para "suportar no todo ou em parte" os custos da verificação.

Também a RTP diz que "em sede própria, irá opor-se a essa mesma decisão" da CAEM.

Ao CM, Luís Marques adianta que a decisão foi "tomada em respeito escrupuloso dos estatutos da CAEM", afirmando que a "posição da TVI e da RTP foram expressas de forma clara".

Ainda assim, diz que os anunciantes, as agências de meios e a maioria dos meios (SIC, PT e ZON) decidiram validar o painel e as correções executadas.

Contudo, sabe o CM, ainda há acertos por fazer. Por exemplo, o número de casas com um ou dois habitantes está sub-representado na amostra da GfK, e existem lares com mais de três pessoas em excesso no painel.

Também nas faixas etárias, existe uma amostra maior que a necessária entre os 4 e os 14 anos e uma sub-representação dos maiores de 65.

Luís Marques admite que "nem todas as variáveis estão certas", mas sublinha que os valores finais são todos "ponderados", e que nesta fase é normal esta "estabilização do painel".

SOL escreveu:RTP quer mudar medição de audiências

A RTP quer mudar a medição de audiências, eliminando das tabelas os dados relativos à categoria ‘outros’, que inclui as gravações nas boxes, o video on demand, a internet vista na televisão e os jogos de consola.

A proposta consta do plano de reestruturação elaborado pela administração liderada por Alberto da Ponte, que prevê «estudar a possibilidade de retirar da medição o ‘outros’».

De acordo com o documento a que o SOL teve acesso, a RTP entende que a categoria que é medida pela GfK corresponde muito pouco a consumo de conteúdos televisivos e mais a outro tipo de utilizações. A empresa recorda que a categoria ‘outros’ conseguiu em 2012 uma quota de mercado de 11% e um total de 216 mil espetactores, em média, «sendo que desses, segundo os estudos da CAEM (Comissão de Análise de Estudos de Meios), apenas 2% são consumo diferido».

O plano aponta o «final de 2013» como meta para introduzir esta alteração, mas também para conseguir a «revisão dos estatutos da CAEM» – a comissão representativa do sector responsável pela gestão do sistema de medição de audiências.

O calendário não foi escolhido ao acaso: é que o mesmo plano estabelece como meta atingir 22% de audiência média nos dois canais da RTP até ao final de 2014. Um objectivo ambicioso, dado os resultados recentes da RTP, que já chegaram a ficar abaixo dos da categoria ‘outros’.

Eduardo Branco, da Associação Portuguesa de Anunciantes (APAN) – um dos membros da CAEM – diz desconhecer a intenção da RTP, mas não entende a necessidade de avançar com essa alteração. «O ‘outros’ faz parte do consumo de televisão. Podemos ignorar esses dados, mas isso não altera o facto de esse consumo existir», comenta.

António Salvador, da GfK, tem uma reacção idêntica: «É tudo uma questão de tratamento de informação. Pode ser feito, mas é preciso que se perceba que o consumo existe, mesmo que não esteja na medição».

Contactadas pelo SOL, nem a CAEM, nem a RTP, nem a SIC nem a TVI estiveram disponíveis para comentar esta possibilidade.


Medição de audiências pode acabar nos tribunais

As intenções da RTP podem, porém, ser mais uma acha para a fogueira da polémica em torno da medição de audiências, que esta semana teve novo capítulo.

Para acalmar o mercado, a CAEM decidiu, na última terça-feira, validar o sistema de medição de audiências da GfK, considerando suficientes as alterações introduzidas no painel na sequência de uma auditoria levada a cabo pela consultora PriceWaterhouseCoopers (PWC).

A decisão da CAEM fez-se à custa da rejeição das propostas da TVI e RTP, que pretendiam fazer uma nova auditoria ao sistema para avaliar as correcções feitas pela GfK. Mas as duas televisões continuam irredutíveis e prometem continuar a lutar para que o sistema em que dizem não confiar seja alvo de uma verificação.

A TVI considera que a decisão da CAEM «impede que sejam afastadas as dúvidas que subsistem» e afirma estar «a analisar quais as diligências legais adequadas para defender os seus interesses legítimos face a esta decisão», não descartanto o recurso aos tribunais.

Fontes do mercado consideram, porém, que a «polémica se arrasta há demasiado tempo e está a introduzir uma incerteza que prejudica todos». Mas se RTP e TVI continuam a contestar o trabalho da GfK, os anunciantes dizem-se confiantes com os resultados oficiais da CAEM. «Para nós são os únicos que existem e que servem como referência», garante Eduardo Branco.

CM escreveu:RTP e TVI impugnam GfK

Canais dizem que serviços da GfK violam estatutos da CAEM.

A RTP e a TVI emitiram nesta quinta-feira um comunicado conjunto no qual dizem ter recorrido para a “Assembleia Geral da CAEM, das deliberações tomadas na reunião da direção de 22 de março” e querem uma Assembleia Geral Extraordinária da CAEM, tendo em vista dar sem efeito as referidas deliberações”.

Naquelas deliberações, diz a televisão pública e o canal da Media Capital, a direcção CAEM “rejeitou a verificação do Plano de Acção e Correcção (PAC) por uma entidade independente, bem como a de considerar cumprido, na generalidade, o PAC validando o painel e aceitando”, pelo que “o Serviço de Medição de Audiências de Televisão da GfK, são inaceitáveis e constituem uma violação dos Estatutos da CAEM, designadamente no que diz respeito ao cumprimento do objeto da Associação”.

RTP e TVI recorrem das deliberações da CAEM sobre audiências

Foram detetados erros na prestação do serviço de audimetria da GfK

A RTP, TVI, Rádio Comercial e Media Capital Multimédia recorreram para a assembleia geral da Comissão de Análise de Estudos de Meios (CAEM) das deliberações tomadas na reunião da direção de 22 de março, anunciou esta quinta-feira o grupo estatal.

«Foi requerida a realização de uma assembleia geral extraordinária da CAEM, tendo em vista dar sem efeito as referidas deliberações» da CAEM, entre os quais constam a rejeição da verificação do plano de ação e correção por uma entidade independente, bem como a de considerar cumprido, na generalidade, o plano, validando o painel e aceitando, «assim, sem mais, o serviço de medição de audiências de televisão da GfK».

Para a RTP, estas deliberações «são inaceitáveis e constituem uma violação dos estatutos da CAEM, designadamente no que diz respeito ao cumprimento do objeto da associação», refere o grupo estatal, em comunicado, citado pela Lusa.

A CAEM é um órgão autorregulador que reúne televisões, anunciantes e agências de meios.

«Efetivamente, e como vem repetindo, a RTP considera que, a bem da credibilização dos serviços de audimetria e da sua avaliação, deverá ser realizada uma verificação final vinculativa das medidas definidas no PAC, realizada pela entidade independente que detetou erros na prestação do serviço de audimetria da GfK em março de 2012 e que deram origem ao plano de ação e correção».

Para a RTP, no painel da GfK «continuam a existir desvios relevantes, entre eles o que concerne à segmentação etária e à dimensão dos agregados familiares, que não representa o atual universo da população portuguesa».

A RTP «reforça que este processo visa a reabilitação da confiança do mercado no serviço de medição de audiências e a sua incontestável credibilidade perante todos os membros da CAEM».