Quem quer ser Milionário?

Zapping escreveu:José Carlos Malato gostava de ter sido o escolhido para o “Quem Quer Ser Milionário”

Fora dos game show desde o “Decisão Final”, José Carlos Malato é a grande aposta das tardes da RTP1. O apresentador que nunca escondeu que o “Portugal no Coração” não é o «seu registo», revela à TV7 Dias que gostava de ter sido ele a apresentar a nova versão do “Quem Quer Ser Milionário”

«Para mim, apresentar um programa daqueles seria um gosto e um prazer», conta o apresentador à revista da Impala, acrescentando: «(…) toda a gente sabe que gosto de apresentar, mais ainda agora que comecei o “Portugal no Coração”. Não escondo que não é propriamente o meu registo e aquele de que mais gosto e, não tinha ideia de ter de ficar no Portugal no Coração durante uns longos anos.»

Sobre a escolha de Manuela Moura Guedes, José Carlos Malato mostra-se surpreendido e agradado com a aposta: «Ela reúne todas as características para ser uma boa apresentadora de um programa como o “Quem Quer Ser Milionário”. É segura, sabe argumentar, é contundente e capaz de abalar as certezas de um concorrente. Em suma, ela reúne todas as condições que uma apresentadora de um programa daqueles deve ter (…) se eu me inscrevesse, pensaria duas vezes. Ou se tem boas certezas, ou ela poderá abalá-las. Em termos formais é uma boa aposta.»

O “Quem Quer Ser Milionário” estreia dia 23 de setembro, na RTP1.

NTV escreveu:Manuela Moura Guedes: Acredito muito pouco em mim. Sou muito insegura. Sempre fui assim!

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Quatro anos depois de ter saído do ecrã, Manuela Moura Guedes regressa à RTP1. "Sou a menina do entretenimento inteligente e do serviço público, se faz favor!", avisa. A jornalista fala da travessia do deserto, da TVI, da SIC, e de Sócrates e de Judite Sousa, cujo trabalho critica, mas a quem enviou uma mensagem pessoal.


Regressa à televisão a 23 de setembro com um concurso, Quem Quer Ser Milionário, na RTP. Era o regresso que queria?

Naturalmente que sendo jornalista estava à espera que, quando voltasse, fosse uma coisa na informação. Tanto que fiquei surpreendida quando me fizeram o convite e tive de pensar pelo menos durante um dia. Saber se o concurso tinha que ver com o que é a minha profissão, se não colidia. E depois se me enquadrava nele.

A entrada através do concurso é um caminho para chegar à informação?

A minha vida está assim... Para já, estou a fazer o concurso e confesso que já estou a divertir-me. Um dos objetivos, além de trabalhar, é fazer o melhor possível e divertir-me.

Que Manuela vem aí, qual é o perfil?

Aaaahhh! Confesso que definir o perfil... não sei. Mas aprendi muito cedo em televisão que para poder comunicar não se pode deixar de ser a pessoa, ela própria. Tentar ser outra coisa, não se ser verdadeiro é logo uma barreira. Portanto, tenho de ser eu mesma, com limitações porque estou a trabalhar. Adapto-me aos projetos que me apresentam e aos diversos programas.

Vai apostar na frontalidade?

Claro que sou frontal, sim.

Agressividade?

Chamam a isso agressividade... eu chamo frontalidade. Não costumo ser agressiva para as pessoas. Mas como não estão muito habituadas à frontalidade, porque essa não é uma caraterística muito comum... está bem, preferem chamar-lhe agressividade.

Apresentou o concurso Caminho da Glória [RTP], em 1984, e disse na altura que só o fazia com uma condição: com a garantia de ir para a informação a seguir.

Isso foi o Festival da Canção. Estive três anos à espera de ir para a informação e alguém me disse que eu não passava.

Maria Elisa Domingues?

[Risos] E eu perguntava "porquê?"

Depois destes anos, Maria Elisa teria razão por a querer manter na apresentação?

Fiz muito bom trabalho como jornalista e não tinha o direito de me estar a manter como locutora, onde estava completamente frustrada. Ela sabia que na informação eu podia dar muito mais, como dei e como posso dar.

Agora vai ocupar uma cadeira que já foi dela [Maria Elisa apresentou o Quem Quer Ser Ser Milionário]. Alguma sensação?

Ah, essas coisas. Não sou nada vingativa. Se houve coisa que descobri nos últimos quatro anos foi que não tenho essas coisas. Se fico a gostar das pessoas? Também não [risos]. Não sou tão cristã quanto isso...

Não dá a outra face?

Ai não, não consigo [risos].

Vai também apresentar o mesmo programa por onde passou Carlos Cruz?

Os DVD que tenho estado a ver eram precisamente os de Carlos Cruz. Foi o melhor apresentador que o Quem Quer Ser Milionário teve. Eu não confundo as coisas. Ele apresentava muito bem, era um excelente apresentador.

Quanto é que vai ganhar?

Não lhe vou dizer, mas vou oferecer-lhe um exercício inteligente: a RTP não tem dinheiro, eu quero trabalhar, demorei uma dia a responder. O que acha? Foi o dinheiro? Não. Colocadas estas condições, é fácil fazer o raciocínio: não!

Preparada para a contestação? Embora chegue à RTP através da produtora Valentim de Carvalho, está numa estação em processo de rescisões...

É uma coisa que me ultrapassa. Se conseguir aumentar audiências na RTP, acho que os funcionários só podem ficar satisfeitos.

Quando o telefone tocou e viu que era Luís Marinho [diretor-geral de Conteúdos] o que pensou?

Ele mandou-me uma mensagem a perguntar se me podia ligar.

Mas está ou não zangada com ele, que é casado com Paula Magalhães, com quem há anos está em rutura?

Com a Paula Magalhães fiquei muito triste porque ela disse uma inverdade. Nunca tive nada que ver com a vida profissional dela, ela não deixou de apresentar informação [na TVI] por minha causa. Isso aconteceu antes de eu estar na TVI, depois quem decidiu sobre a vida dela, se ela ia para o internacional ou não foi o Mário Moura [diretor adjunto].

Portanto, há um mal-entendido?

Há, de facto.

Mas porque é que Luís Marinho lhe pediu licença para ligar?

[Pausa] Não faço ideia [pausa] Mas perguntou se me podia ligar, eu não tinha o número dele. Se calhar é uma questão de boa educação. Começámos juntos, ele na Lusa, e andámos os dois na pica, no batente, a fazer reportagem. E ele ligou-me.


"QUERO SEMPRE FAZER MOSSA NA CONCORRÊNCIA"

Para já vai estar na RTP por três meses.

Que pena, sou uma trabalhadora precária... Mas pode ser prolongado consoante os resultados. Por quanto tempo? Pois, vamos ver.

Negociou que faria este programa com a condição de a seguir passar para a informação como há 20 anos?

[Pausa] As coisas não são assim. Nessa altura era do quadro, ela [Maria Elisa] disse que eu não ia sair para a informação.

Mas agora há essa possibilidade ou não?

Você é maluca? Acha que eu sei?

Podia ter conversado sobre isso com a RTP.

Agora sou uma menina do entretenimento [risos].

O que é que isso quer dizer?

Sou uma menina do entretenimento inteligente e de serviço público, se faz favor.

Foram as razões que a fizeram aceitar?

Se fosse outro concurso não ia, claro, mas é um concurso que não faz mossa a uma pessoa da informação e é mesmo o topo dos concursos.

Mas quer fazer mossa na concorrência...

[Interrompe] Ah, isso quero fazer. Quero sempre fazer mossa na concorrência, mas não sei se sou capaz porque do outro lado tenho novelas.

Quer fazer mais mossa na TVI ou na SIC?

Ahhh, em todas! [risos] É-me indiferente.

Vai confrontar-se com Belmonte e Sol de Inverno.

O que é o Sol de Inverno?

É a novela da SIC.

É portuguesa?

É. Porque é que não perguntou sobre a da TVI? Isso é uma resposta?

Porque de Belmonte já tinha ouvido falar.

Qual foi a meta que impôs a si própria?

Não impus nenhuma, nem sei quanto é que eles fazem naquele horário.

300 mil, por vezes 400 mil espectadores.

Tudo o que for a mais... não sei.

Tem um valor mínimo de audiências que tenha de corresponder na RTP1?

Nunca tenho, sei é que tenho de fazer o melhor possível. Mas nunca tenho... acredito muito pouco em mim.

Porquê?

Fico nervosíssima, muito insegura, sempre fui assim. Mas depois de dizerem à força de vai fazer audiência começo a acreditar.

Há dois anos esteve para regressar ao ecrã com A Rede Social na SIC. O projeto caiu e a Manuela disse que a administração da SIC tinha tido medo. Medo de quê?

Não faço ideia.

Porque é que o projeto deixou de "encaixar na grelha", uma justificação que foi dada?

O que me foi dito é que estava casada com uma pessoa da Ongoing [Moniz].

Foi Balsemão [chairman da Impresa]?

Não me encontrei com ele uma única vez. Mas teria sido ele a inviabilizar. É ele quem manda em tudo lá na SIC.

Mas isso é uma ingerência...

Quero lá saber... não sou eu que lá estou. Tinha o contrato todo feito e ia assinar da manhã para a tarde. Depois não assinei, era mais tarde. Eu até iria participar no programa da noite eleitoral... E houve uma pessoa que me disse isso.

Quem?

É muito chato para quem que contou. Mas disse-me: "Não te querem porque ainda por cima receberam hoje a queixa da Ongoing." E o que tenho a ver com isso? E o que é que eu tenho que ver com o meu marido, nunca vi o Nuno Vasconcellos.

Nunca viu o Nuno Vasconcellos?

Dou-lhe a minha palavra de honra.

Não era visita de casa, não se encontraram socialmente? José Eduardo Moniz era vice-presidente de uma das empresas do grupo.

Não, nunca, nunca... Encontrei o Rafael Mora [vice-presidente da Ongoing] uma vez em casa de amigos. Sei lá o que lhe passou pela cabeça... Eu não tenho rigorosamente nada que ver. Mas tenho sofrido sempre ou porque sou casada ou porque subi à custa de não-sei-o-quê. No outro dia estavam a dizer que o presidente da produtora [Valentim de Carvalho] era o meu ex-marido [Francisco Vasconcelos]. Já viu o poder que eu tenho?

Mas, de facto, ele é o seu ex-marido e sugeriu o seu nome. São factos.

[Recosta-se, sorri e faz um olhar sedutor]. Há 30 anos que me separei do Francisco e ainda exerço poder sobre o meu ex-marido. Sou fantástica, hã? [risos]. E eu sou escolhida porque ele é meu ex-marido. É fantástico, não é? Olhe que há poucas mulheres que conseguem isto [risos].

Mas era inevitável falar-se nisso.

E? E ele apresentou, pelo que sei, uma lista de pessoas à RTP. Ainda vão descobrir que há alguém na RTP que me está a proteger, hã...? Hummm... Até o facto de ele [Moniz] ser meu marido me prejudicou no contrato com a TVI. Ganhava menos por causa disso. Fiz uma porcaria de um contrato. Coitadinha, a TVI estava mal, fui negociar com o Bairrão [ex-administrador da Media Capital].

Foi mais vezes prejudicada ou beneficiada por ser casada com quem é?

Tenho sempre o coiso [simula uma guilhotina] em cima. Mas também com o feitio que tenho... há duas coisas: fui prejudicada algumas vezes por causa das bocas. Mas sempre consegui fazer subir as audiências e era por ser casada com quem sou? É que números são números, era porque era casada com o José Eduardo? Tenho pouco feitio para ser chefe, mas dei provas de como conseguir gerir uma equipa que estava na redação, continua na redação e agora não fazem nada dela. Consegui fazer um jornal que se impôs com as pessoas que estão lá e mostrar que são capazes. Com a mesma redação que hoje dá tantos problemas à direção.

Eles, na TVI, acham que há forças externas a intervir...

Forças externas? O que posso fazer? Como é que posso fazer alguma coisa? Eles são maiores e vacinados e se tivessem uma boa direção... Por amor de Deus... Bruxarias? Que palermice!

É amiga da Ana Leal, Alexandra Borges, Carlos Enes.

Sou muito amiga da Alexandra. Eles são ótimos profissionais, se tivessem uma nova direção estariam muito melhor.


"Mandei uma mensagem pessoal a Judite Sousa"

Num post recente do Facebook, a 23 de agosto, criticava a entrevista de Judite Sousa a Lorenzo Carvalho, mas que ela tinha trabalho e a Manuela não...

Pura e simplesmente apontei isso como hipocrisia das pessoas porque achei excessivas as reações no Facebook. Primeiro pus uma opinião sobre aquilo... De vez em quando apetece-me escrever sobre algumas coisas... porque a TVI, na informação, diz-me muito. Antes de 2000, a TVI praticamente não existia, fomos nós, toda uma equipa, que pusemos aquilo de pé. Portanto, às vezes apetece-me escrever sobre o que hoje se faz na TVI. Pus uma coisa a dizer que aquela entrevista não acontecia só como coisa pequenina, como fait divers, estamos na sillyseason.

Como olhou para o pedido de desculpa de Judite? Ela assumiu que tinha sido uma "sexta-feira negra".

Ficou-se por aí. Foi uma forma de pedir desculpa. Acho bem, acho bem!

Como olha para toda esta fase que Judite está a atravessar?

Uma fase quê?

A entrevista surge numa "sexta-feira negra", numa semana em que a vida pessoal e o divórcio surgem na imprensa.

A vida pessoal não é para aqui chamada. Foi uma opção editorial levar lá aquele rapaz, fazer um pouco de moral e de justiça social e tudo aquilo estava errado. E eu tinha feito um post sobre isso. Mas achei que foi excessivo e resolvi dizer isso. Eu conhecia-a, sempre gostei de trabalhar com ela, demo-nos bem. Se hoje em dia a critico é porque não a revejo, tomámos direções diferentes de fazer informação. Hoje ela é diretora e tem carreira de sucesso, eu estou desempregrada. Portanto, acomodaram-se à forma de ela fazer informação, mas à minha não. E de um momento para o outro ela passa de bestial a besta por causa de uma porcaria de uma entrevista? É uma imbecilidade. As pessoas não podem reagir assim, quando houve momentos em que podiam ter-se manifestado e não o fizeram.

Quais?

Quando esteve lá o primeiro-ministro, quando foi da licenciatura, quando já lá esteve mais gente. Isso aí dão de barato.

A relação com a Judite está irremediavelmente arrumada?

Não sei. Nada é irremediável. Neste momento está como está. É muito difícil as pessoas avaliarem coisas que... [pausa] Não queria falar sobre isso... Eu mandei-lhe uma mensagem quando soube da situação pessoal, que tinha muita pena pelo que estava a passar. Não tem rigorosamente nada que ver, eu não falo com ela.

Porque o fez?

Porque senti. Foi uma sensação desagradável que tive, independentemente de não ter gostado de que ela, quando foi para a TVI, tivesse dito que não ia fazer informação travestida; independentemente de não ter defendido aquele jornal quando o deveria ter feito.

Obteve resposta?

Não quero falar.

Mas há caminho para o entendimento entre si e Judite?

Expliquei-lhe que não queria entrar pelo lado profissional porque não reconhecia a pessoa que conheci em tempos como profissional. Mandei a mensagem porque estava com pena da situação, tinha sido muito desagradável. A mensagem valia o que quisesse que valesse e ficou por aqui. Ela respondeu-me com "obrigado e um beijo".


"ESTOU NO DESEMPREGO POR CAUSA DE JOSÉ SÓCRATES"

Se se cruzar com José Sócrates na RTP o que acontece?

Nada. Rigorosamente nada. Cruzo-me com imensa gente, sou civilizada. Porque é que toda a gente me pergunta sobre José Sócrates?

Porquê?

Não consigo perceber... José Sócrates foi uma de muitas pessoas que foram objeto de notícia e de investigação. Ele sentiu-se muito mais do que as outras pessoas. Ele, sim, fez uma perseguição e notou-se, foram quatro anos até agora. Não voltei à informação.

Esteve no desemprego por causa de Sócrates?

Claro que estou no desemprego por causa de José Sócrates. Tenho a certeza. Começou no congresso do PS e saí do jornal por causa dele.

E as outras hipóteses de voltar?

É que fiquei com um peso em cima, fiquei carimbada. Sou aquela de quem é preciso ter medo.

Alberto da Ponte [presidente da RTP] disse numa entrevista à Antena 1/Económico que fez as mesmas perguntas para a sua contratação e para a de José Sócrates, em março.

Se calhar, faz sempre as mesmas perguntas a toda a gente.

Os extremos tocam-se?

Não faço ideia. Não fui eu quem fez as perguntas. Se calhar ele faz sempre as mesmas. Aliás, volto ao sítio onde mais tempo estive a trabalhar, estive mais tempo a trabalhar na RTP do que na TVI... Há 20, 20 anos... [Sorri, trauteando tema de José Cid, Vem Viver a Vida Amor].

Que concorrentes espera ter no concurso quando tiver uma edição de famosos ou de Natal?

Hei de? Ai é? Faz parte?

Costuma fazer...

Ai... gostava de ter pessoas que soubessem imenso. Pessoas com sentido de humor, não estou a ver assim ninguém... Engraçadas, espertas, inteligentes.

Da política, economia?

Hummm. Não é muito fácil encontrar pessoas inteligentes e com sentido de humor [risos]. Não! Mesmo assim na política encontram-se.

Tem um exemplo?

O Paulo Portas.. Deixe ver, mais gente... gostava de o ter a ele.

Mas esse é um amigo...

É. Por muitas voltas que as coisas deem, é um amigo.

Foi uma pessoa que esteve ao seu lado os últimos quatro anos?

É engraçado. Quando ele está bem não me aproximo, quando ele está em baixo aproximo-me.

Aproximou-se dele no caso da demissão?

Não me aproximei pessoalmente, mas aproximei-me, mandei-lhe algumas mensagens.

O que lhe disse?

Foi mais aquando da morte do Miguel [Portas] porque ele carregou com tudo e de uma forma extraordinária. Sabia como ele era amigo do irmão, e ao mesmo tempo tinha de dar apoio à mãe, ao pai e a ele próprio, pela falta que lhe fazia o Miguel. Aproximo-me cada vez que sinto que ele está mais em baixo.

E a si, quem a ajudou nesta travessia de quatro anos?

Os meus amigos e a minha família, claro.

O que lhe passou pela cabeça neste tempo?

Muita coisa complicada [pausa, suspira]. É complicado falar sobre isso.

Pensou ir-se embora, emigrar, fugir?

Passou-me algumas vezes, mas sou de raízes. Já não gosto muito de viajar, fico com uma angústia por estar longe. Mas quando viajo gosto de estar em sítios que são diferentes de Portugal. Sou muito sociável, gosto de me meter com as pessoas. Mas acabei por ficar aqui. O meu marido fartou-se de viajar e perguntava-me sempre se queria ir. Ao Brasil nunca fui, mas ele foi dezenas e dezenas de vezes.

Exilou-se? Porquê?

Sim. Mas tive coisas boas. Descobri que era capaz de estar sozinha e de não perder a cabeça por estar sozinha, que é um bom estágio para mais tarde, se tiver de ficar sozinha.

Pensa na solidão e na morte?

Claro, mas a morte não me assusta. Quando isso é isolamento forçado, claro que custa. Agora, estar sozinha e encontrar formas de me ocupar e até de não fazer nada, pensar e divertir-me com isso não é mau [sorri]. Tenho uma imaginação prodigiosa.

Escreveu, leu, pintou, costurou, fez o quê?

Sim [sorrisos], faço milhentas coisas. Tenho jeitinho para muitas coisas, não tenho assim talento que me permitissem fazer vida de qualquer uma dessas atividades. Descobri que tenho mais jeito para escrever do que pensei.

Vem aí um livro?

Convidaram-me. Hoje, escreve-se por dá cá aquela palha, escrever livros é só para alguns.

É para si?

Não sei... Ficção, nunca.

Escreve o quê?

Fizeram-me uma data de convites e recusei todos. Quase tudo o que é editora me convidou, algumas da forma mais disparatada como "escreva o que quiser". Aí digo "não, pelo amor de Deus", porque é mesmo só aproveitar por se ser conhecida, o que é muito comum. Tenho muito respeito pela escrita e pelos livros para fazer uma coisa dessas. Sentir-me-ia muito mal. Depois, convidaram-me para fazer uma biografia sobre mim, seria no mínimo ridículo [risos].

Porquê?

Porque não me levo a sério, nem a nada que seja suficientemente importante para fazer uma coisa dessas. Coisas que passaram por mim e eu ter um ponto de vista sobre elas.

Convidaram-na para escrever sobre o Face Oculta, Casa Pia, esses processos?

Sobre coisas, acontecimentos, outras pessoas que se cruzaram.

Quais?

Acaba por ser um olhar jornalístico sobre as coisas. Mas isso também me faz pensar sobre o que é que as pessoas querem ler sobre o meu ponto de vista. Porque hão de dar importância? Escrever dá-me imenso prazer. Daí a abalançar-me sobre qualquer coisa, não sei.... Aliás, confesso que cheguei a uma altura em que não me quero sujeitar ao julgamento dos outros.

Aceitar um programa de TV não é sujeitar-se ao olhar dos outros?

É trabalho, infelizmente é o meu trabalho.

Infelizmente? O que estaria a fazer se não fosse jornalista, era professora de Direito?

Não, advogada, se calhar. Mas porque hei de estar a sujeitar-me a ao julgamento dos outros?

E os posts no Facebook não são exposição?

Ah, é, mas divirto-me com isso. Mas são coisas mais ou menos inócuas...

Em agosto do ano passado fez um inquérito no seu Facebook para saber se as pessoas estavam dispostas a pagar para ter um jornal. Que respostas obteve?

Tive muito boas respostas.

Entre gostos e partilhas tinha cerca de 100. Recebeu mais do que essas?

A determinada altura deixei de ver e aquilo era um bocadinho falacioso porque eram as pessoas da minha página. E a certa altura tive, confesso, um certo medo.

Medo?

Porque aquilo não pode ser uma amostra fiável. Gostava de ter um projeto que fosse totalmente independente, financiado pelas pessoas, e tive algum medo de avançar. Não era por mim, era porque tinha de arrastar pessoas para trabalharem comigo que iam arriscar a vida profissional. Foi por elas, não por mim.

O público teria de pagar uma verba (2euro/mês). Contas feitas, quanto é que amealhava para o seu projeto?

Não faço ideia... não vi.

Mas porquê?

Precisava de arrastar pessoas e não tive coragem para o fazer.

Chegou a falar com essas pessoas?

Com as pessoas que queria, sim.

E então?

Não queria ser responsável por elas.

Quem eram?

Não....[risos]

Era o grupo da Grande Reportagem da TVI?

Algumas sim, pessoas que prezo imenso, que trabalhavam comigo. Há pessoas que conheço muito bem e sei muito bem o que podem dar.


"SINTO-ME MUITO MAIS DE ESQUERDA"

Aos 18 anos passou pela União de Estudantes Comunistas, pouco depois passa pela juventude do CDS. Aos 26 diz numa entrevista que é próxima da social-democracia, aos 39 anos candidata-se como independente pelo Partido Popular, em 1995. Em 2011 foi para as ruas ao lado dos movimentos sociais. E hoje, onde está?

Hoje [pausa]. Hoje, alguém sabe onde é que está? As ideologias hoje... [pausa] Descrente, sim! Hoje sinto-me muito mais de esquerda do que outra coisa.

Como assim?

Passei um ano no Parlamento a perguntar ao Paulo [Portas]: "Em que é que eu sou de direita?" E dizia-me ele: "Tu gostas de uma certa ordem." Eu respondia: "Mas isso não faz de mim uma pessoa de direita, chego a votar com o Partido Comunista, pela esquerda."

E hoje voltava a ir para o Parlamento?

Não sei, não sei.

Já foi mais perentória.

Naaaaã! Não sei.

Tem dito em entrevistas "nem pensar".

Pois. Pois é, por isso é que as pessoas nunca devem dizer nunca.

Teve convites agora?

Não. Depois do Parlamento tive convites para me candidatar a câmaras [risos]. Tive um que era para eu escolher, o que tambem é bom... [risos] Que era Amadora, Sintra ou Cascais.

Quem foi, PSD/CDS-PP?

Não, foi o CDS. Se eu lhe contasse a pessoa...

Mas pode contar.

Não, não posso. Sou só eu a dizer... Respondi que não estava para aí virada. Atenção que não estou a identificar a pessoa com o partido, tem mesmo que ver como essa pessoa vê a política e como a política pode servir. Disse-me: "Você não está a ver o dinheiro que pode ganhar?"

Foi em que autárquicas?

Foi um bocado depois de ter saído. Respondi: "Ai, Amadora não me apetece" [risos]. "Então fique com Sintra ou Cascais... Já viu o dinheiro que pode ganhar? Os presidentes de câmara até ganham bem, não se faça de parva!" Foi assim! Quando estava no Jornal tive um convite do PSD para Torres Vedras e esse era mesmo à séria. Mas estava empenhadíssima no jornalismo.

Diz-se uma mulher de esquerda, mas gosta das encíclicas de Bento XVI. É conciliável?

É, claro que sim. Ser-se de esquerda tem que ver com justiça social. Esta coisa de deixar que o mercado funcione só por si é de uma perversidade e de uma selvajaria, e o Estado tem de servir para alguma coisa, tem de meter um bocado de ordem nisto. Mas também não pode ser em demasia, não pode sobrepor-se ao resto. Também não sou totalmente de esquerda.

Onde se posiciona? Não é no PS, calculo?

Não, também não é! A social-democracia pura é fantástica. Os países nórdicos conseguiram coisas fantásticas que agora estão um bocado a falhar... O Estado com conta, peso e medida.

Por essas razões, voltaria à política?

Por essas coisas sim, se pudesse fazer alguma coisa, mas para isso gostava de que a lei eleitoral mudasse. É urgente.

Dizia que tem uma imagem pública que não corresponde à realidade. Qual é a maior mentira que se diz sobre si?

Acharem que sou implacável, agressiva. A noção que tenho é que quando me dou com alguém dizem "aaahhh, não é nada do que pensava". Sou a culpada e tem que ver com o meu início, quando era locutora tinha de ser simpática. Quando fui para informação pensei que como jornalista tinha de ser a antítese. Agora sou outra coisa, descolei-me dessa imagem simpática, não tenho de ser a misse simpatia. Adotei um estilo, mas continuo a ser a mesma pessoa.

Nick Name escreveu:O programa do ano!

Nick Name escreveu:E... ?

Nick Name escreveu:
E gozar com a imagem dela sabendo que ela teve uma doença gravíssima na cara é um bocado, não sei... parvo?

Carlos Teixeira escreveu:

Nick Name escreveu:
E gozar com a imagem dela sabendo que ela teve uma doença gravíssima na cara é um bocado, não sei... parvo?

Qual foi????

Carlos Teixeira escreveu:

 

Love escreveu:

Carlos Teixeira escreveu:

Nick Name escreveu:
E gozar com a imagem dela sabendo que ela teve uma doença gravíssima na cara é um bocado, não sei... parvo?

Qual foi????

Acho que teve quistos na boca.

Quinto Canal escreveu:Manuela Moura Guedes: “O ‘Quem Quer Ser Milionário’ é um divertimento para quem já não aguenta as novelas portuguesas”

[Tens de ter uma conta e sessão iniciada para poderes visualizar esta imagem]

Manuela Moura Guedes regressa à caixinha mágica, mas desta vez, longe da informação. Quem Quer Ser Milionário é o novo projeto da jornalista que se encontrava sem trabalho há 4 anos. O momento chegou! O programa de cultura geral estreia esta noite na RTP e são muitas as surpresas guardadas com a apresentação de Moura Guedes. Controversa e profissional já referiu estar-se a divertir nas gravações dos diferentes programas.

No entanto, o dia de estreia chegou e a ex-anfitriã do Jornal de Sexta já se veio pronunciar sobre o seu tão espero regresso ao ativo. Não se deixou ficar e lançou críticas à concorrência liderar pela ficção nacional, quer por parte da SIC como da TVI.  Para ela não há dúvidas: “O Quem Quer Ser Milionário é mesmo um ótimo divertimento para quem já não aguenta as novelas portuguesas sempre com os mesmos enredos de faca e alguidar e que, de há algum tempo para cá, não evoluíram coisa nenhuma”. A alternativa apresentada pela estação pública parece-lhe assim a melhor hipótese, ela que tem vindo a público lançar grande críticas à informação do quarto canal e aos diretores que a lideram.

Quem Quer Ser Milionário estreia esta noite, logo após mais episódio de Bem-vindos a Beirais, na RTP 1